Eu acredito que posso consertar o mundo. Eu acredito. Tenho forças e disposição para isso. É preciso muito esforço. Não há problema. Tudo em minha vida foi fruto de muito esforço. Nada veio de graça. Até o amor, quando veio, foi com muito esforço. Esforço e persistência. Valeu a pena. Começou devagarinho. Não foi uma explosão. Mas foi crescendo, crescendo…

E não parou nunca de crescer. Vai mudando o jeito, mas é o mesmo amor. Amor que conforta. Amor que faz a gente dormir e acordar feliz, porque sabe que está aqui perto. Amor para compreender e ser compreendido. Amor para preencher e ser preenchido. Amor para rir e chorar de tanta felicidade. Amor que diz: Olhe pela janela para ver o pôr do sol. E a gente olha. É o mesmo de ontem. Mas é tão diferente. E isso é amor. Somente quem ama é capaz de usar seu tempo para ver o pôr do sol.

Viram como eu posso consertar o mundo? Sem a política dos conchavos. Sem a hipocrisia das aparências. Sem as guerras pelo poder. Sem as doenças para se ganhar dinheiro com remédios. Sem usar a força para provar que o outro é o fraco. Sem precisar usar a autoridade, só para dizer quem é que manda. Sem virar as costas, só para mostrar que não se interessa. Tudo isso é dispensável quando se deseja, de verdade, consertar o mundo. Há elementos muito mais importantes de que você pode se utilizar.

Para consertar o mundo, sem destruir o que já existe, é preciso consertar-se. Não é tão fácil como parece. Bem mais difícil. Em primeiro lugar, você precisa ter certeza do que precisa ser consertado. E não ter medo. Às vezes, a gente se apega a tantas coisas inúteis. Coisas que só incomodam. E esses incômodos passam a fazer parte da gente. Passamos a ser um monte de incômodos. E quem pode ser feliz sentindo-se incomodado? Só os nossos inimigos. Mas não vamos pensar neles, por enquanto. Quem precisa mudar somos nós. Desapegar de tudo que nos incomoda. Quando conseguirmos isso, já estaremos consertando o mundo.

Viram? Já estamos consertando o mundo. Se a gente melhorou, o mundo também ficou melhor. Depois disso, é semear aquilo que você se tornou: um ser melhor. Semear para que o melhor se espalhe para vários lugares. Espalhar alegria, felicidade, otimismo, confiança, paz, tranquilidade, sorrisos – muitos sorrisos – solidariedade, empatia. E mostrar que isso é possível. E mostrar que isso vale a pena.

É assim que vamos consertando o mundo. Não se iluda. Haverá aqueles que empinarão o nariz, como se fossem superiores a tudo isso. Não se incomode. Não desanime. Eu falei em consertar o mundo, não em torná-lo perfeito. Não tenho essa pretensão. Consertar aquilo que eu posso consertar. Tornar-me melhor, para que o mundo seja melhor. Se para isso eu precisar ser um político, que eu seja um bom político. Se para isso eu precisar ser um professor, que eu seja um bom professor. Se para isso eu precisar ser um artista, que eu seja o mais sensível de todos e, com isso, possa espalhar beleza e harmonia. Se para isso eu precisar dar a mão a alguém, para se levantar, que eu tenha forças.

Que eu tenha forças e saiba utilizá-las para consertar o mundo.

BAHIGE FADEL