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Artigo: A expansão do crime cibernético, por Mauricio Freire

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Crime cibernético é uma atividade criminosa que tem como alvo ou faz uso de um computador, uma rede de computadores ou um dispositivo eletrônico conectado em rede e que geram danos a indivíduos ou patrimônios, por meio de extorsão de recursos financeiros, estresse emocional ou danos à reputação de vítimas expostas na Internet.

A classificação do cibercrime é ampla e compreende desde ações relacionadas a bullying digital e ataques à reputação em redes sociais até crimes que usam malwares para, por meio de engenharia social  ou vulnerabilidades técnicas, provocar danos ou prejuízos financeiros.

Os crimes cibernéticos, em sua maioria, são cometidos por cibercriminosos ou hackers que querem ganhar dinheiro. Alguns cibercriminosos são organizados, usam técnicas avançadas e são altamente capacitados em termos técnicos.

Além de invasões de computadores, interceptação de dados, disseminação de malwares,  ações como posse e produção de pornografia infantil, e divulgação de discurso de ódio pela Internet também são caracterizados como crimes cibernéticos.

Colaboram ainda para a multiplicação dos crimes eletrônicos a circulação monetária em meio digital, erros de desenvolvimento de aplicativos e a monetização da informação.

Mauricio Freire, delegado do DOPE, ex delegado geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo e Especialista em Segurança Pública, relata que os cibercrimes tem alcançado um volume significativo nos últimos anos, o que leva a necessidade de um enfrentamento muito mais efetivo por parte das autoridades de todo mundo, pois é um problema que tem atingido todas as nações.

O desafio do enfrentamento é enorme, diz o delegado, e acrescenta: “Os cibercriminosos são livres das fronteiras nacionais, enquanto os esforços das agências policiais são limitados às jurisdições locais. O uso sofisticado dos meios de comunicação anônima dificultam a identificação do criminoso e é motivo de grande preocupação para as unidades de investigação”.

Mesmo com avanços legislativos importantes no Brasil  e da própria ciência forense, o que pode ser constatado é o pouco progresso no combate ao cibercrime. Apenas a existência de legislação, por si só, não é suficiente e a ausência de recursos financeiros, técnicos ou de mão-de-obra especializada, por parte da maioria das unidades policiais que investigam cibercrimes no Brasil, é insuficiente para causar um impacto real no enfrentamento ao crime cibernético, declara o delegado Mauricio Freire

O avanço da tecnologia gera desafios e cria pressões para renovação e atualização de conhecimentos para o combate dos crimes cibernéticos, em todo o mundo.

É necessário formação efetiva de profissionais especializados em crimes cibernéticos.

No Brasil, em algumas cidades, existem delegacias especializadas para o enfrentamento de crimes cibernéticos, exemplo da Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso entre outros. Cerca de 18 delegacias em todo o país.

“Em São Paulo existe a 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG/DEIC) que atende apenas demandas relacionadas a fraudes financeiras por meios eletrônicos. Em casos de outros crimes por meios digitais, o cidadão deve se dirigir a uma delegacia comum”, esclarece o delegado.

A denúncia também poderá ser registrada no site da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos. A ocorrência pode ser registrada em casos de ameaça, injúria, roubo de dados ou outros crimes cometidos via internet

O Delegado Mauricio Freire dá algumas dicas de como se proteger  de crimes cibernéticos:

·      Use senhas fortes, diferentes, com autenticação de dois fatores e não as registre em lugar algum;

·      Nunca compartilhe dados bancários ou pessoais por redes sociais, telefone, mensagens ou e-mail;

·      Mantenha seu sistema operacional atualizado com uso de software e antivírus originais;

·      Nunca abra anexos ou links em e-mails de spam ou de desconhecidos;

·      Não clique em links de sites desconhecidos ou sem pesquisar a procedência;

·      Cuidado com as promoções falsas;

·      Evite utilizar redes de Wi-Fi públicas;

·      Diminua o limite do valor que pode ser transferido pelo Pix e confira os dados de quem vai receber a transferência;

·      Suspeite de benefícios, e descontos com muitas vantagens;

·      Se identificar algo suspeito, entre em contato com o SAC da marca antes de baixar qualquer arquivo, clicar em links ou repassar informações pessoais;

·      Ao entrar em contato com bancos e instituições financeiras, certifique-se se é um número oficial;

·      Em caso de atendimento presencial, procure por profissionais com crachá ou uniforme de identificação;

·      Verifique o certificado digital do site, o certificado oferece segurança e privacidade às informações trocadas em ambiente virtual, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

Caso perceba que foi vítima de uma fraude bancária, registre um boletim de ocorrência. Além disso, converse com um advogado para saber os passos que devem ser dados a partir desse momento.

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