Arqueólogos estimam que o local possa ter abrigado até dois mil pergaminhos – que na época eram armazenados em rolos
Arqueólogos da cidade alemã de Colônia foram responsáveis por um achado surpreendente. No ano passado, em meio à construção de um centro comunitário da Igreja Protestante, eles encontraram ruínas de um grande prédio romano. Mas somente nesta semana, após meses de pesquisas, escavações e consultas a outros colegas, eles conseguiram revelar ao público a sua função: trata-se da mais antiga biblioteca do país e do único prédio romano com essa finalidade já descoberto no norte europeu.
“Nunca achamos no norte da Europa um prédio que pudéssemos realmente identificar [como uma biblioteca romana]. Ficamos surpresos. Fizemos muita pesquisa e compararmos o local com cidades romanas na Europa, chegando, assim, a bibliotecas na Turquia, na Síria e em Roma”, explica Dirk Schmitz, responsável por escavações arqueológicas em Colônia pelo Museu Romano-Germânico, órgão da cidade que fica na Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha.
“Fora da Itália, ao norte dos Alpes, não podemos localizar algo comparável com esse prédio, embora possamos dizer que nos tempos antigos elas eram bem frequentes nos assentamentos maiores e províncias. Temos diversas menções a bibliotecas (em documentos), mas não temos ruínas que mostrem onde elas estavam de fato”, completa.
O formato do prédio tem semelhanças com bibliotecas antigas, especialmente a de Celsus, no atual território da Turquia. As paredes internas são divididas em intervalos regulares em nichos de 1,8 metro de largura e 80 centímetros de profundidade. Neles, pergaminhos seriam guardados.
O que as escavações revelaram
A administração da cidade sabia da existência das fundações de um grande prédio romano naquela área desde o século 19, mas a sua localização exata era desconhecida. “É uma descoberta importante, mesmo que o prédio já fosse conhecido. Agora, temos a planta completa, conseguimos medir a construção toda e fazer a escavação. Os arqueólogos não reconheceram imediatamente a função do prédio, mas só com a planta completa e acesso livre à área é que puderam entender a sua finalidade”, afirma Sebastian Ristow, professor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Colônia.
Colônia foi fundada pelo romanos nas redondezas do Rio Reno em 50 d.C, sendo uma das mais antigas cidades da Alemanha. Os governadores imperiais de Roma residiram no local, que se tornou um dos mais importantes centros de comércios e produção do Império Romano ao norte dos Alpes.
Arqueólogos do Museu Romano-Germânico realizaram escavações de cerca de 2 mil metros quadrados na área das ruínas, que fica próxima ao Fórum do Centro Antigo.
O principal objeto de estudo foi um enorme edifício retangular de 9 metros de largura por 20 metros de comprimento. A sudoeste, havia um anexo retangular de 8 metros por 3,5 metros. A fundação do prédio é “excepcionalmente larga” e resistente, com quase dois metros de concreto armado romano (chamado de opus caementicium, em latim) com porções de basalto. Segundo os pesquisadores, a construção remonta a meados ou à segunda metade do século 2 d.C.
“São paredes gigantes que não costumamos encontrar em Colônia, feitas de materiais bem resistentes. Fizemos avaliações químicas que indicam (a presença do material conhecido como) opus caementicium, que é tão forte quando o material usado hoje para construir casas”, conta Schmitz.
Os arqueólogos acreditam que o edifício era público devido ao seu tamanho e localização central, perto do mercado público. Mas ainda há discussões sobre se o local era uma biblioteca pública. “Sem dúvida, é uma biblioteca pública porque é muito grande. Sabemos o tamanhos das casas privadas e do espaço público. Isso, combinado com as medidas das paredes, indica que era um prédio público”, defende Schmitz.
Ristow, por outro lado, acredita que não há elementos suficientes para essa conclusão. “É uma biblioteca por causa da forma das paredes. A sua função é clara, mas não sabemos se era oficial ou aberta [à população]. Não diria que era aberta porque não sabemos das práticas daquela biblioteca”, pondera.
As obras para a construção do centro comunitário vão continuar, mas um acordo entre autoridades locais e os proprietários da área garantiu que cerca de 70% das estruturas ficarão no local e serão abertas ao público. “Não sabemos exatamente [a composição do acervo], mas é possível que tivesse literatura da época, poemas, história e ciência”, especula Schmitz. Os investigadores estimam que o local possa ter abrigado até dois mil rolos de pergaminhos.
As ruínas jogaram uma luz sobre a história do desenvolvimento do centro de Colônia até o século cinco, diz Schmitz. Agora, os especialistas precisam estabelecer as relações entre esse prédio e outros edifícios romanos na cidade. “Nossa tarefa é reconstruir o passado da forma como era, então precisamos de todas as informações que tivermos. A biblioteca é uma parte disso, mas só uma parte. Temos que ver o todo.”
Um raro fenômeno astronômico está previsto para ocorrer até o final de 2024 e poderá ser observado a olho nu em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Trata-se da explosão da estrela T Coronae Borealis (T Cor Bor), localizada a aproximadamente 3.000 anos-luz da Terra, na constelação de Corona Borealis.
Este tipo de evento, semelhante ao que aconteceu pela última vez em 1946, permitirá aos cientistas estudar a explosão estelar com o auxílio das mais modernas tecnologias disponíveis atualmente. O brilho gerado pela explosão deverá ser visível por alguns dias, enquanto astrônomos continuarão a monitorar o fenômeno com telescópios por muitos anos.
A T Coronae Borealis é classificada como uma anã branca, uma estrela que já consumiu todo o seu combustível nuclear. Suas explosões são recorrentes, pois ela continua absorvendo matéria de uma estrela vizinha, uma gigante vermelha. Essa dinâmica cria um ciclo de explosões periódicas. De acordo com a NASA, “as estrelas estão suficientemente próximas para que, à medida que a gigante vermelha se torna instável devido ao aumento da temperatura e pressão e começa a ejetar suas camadas exteriores, a anã branca recolha essa matéria em sua superfície”.
Especialistas em astronomia e astrofísica afirmam que, embora o momento exato da explosão não possa ser determinado, sua ocorrência é certa. Um dos sinais recentes foi a diminuição do brilho da T Cor Bor, um indicativo de que a explosão está iminente. Apesar da magnitude do evento, astrônomos garantem que não haverá qualquer impacto na Terra, pois a estrela está a uma distância segura. “A estrela está longe o suficiente para não nos afetar”, afirmam os pesquisadores.
Embora não exista uma data específica para o evento, espera-se que ocorra a qualquer momento até o final de 2024. Desde abril deste ano, a expectativa em torno da explosão vem crescendo e foi amplamente noticiada, incluindo pelo jornal português *Diário de Notícias*.
Pesquisadores buscam identificar de moléculas capazes de reverter o envelhecimento da pele
Startups científicas brasileiras se tornam cada vez mais atraentes para a indústria, impulsionadas pelos programas de aceleração que incentivam pesquisadores universitários a desenvolver ideias com foco no mercado e na indústria. O Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) é um exemplo desse movimento, com uma equipe aprovada em dois importantes programas de aceleração de startups de base científica biológica. A equipe surgiu no laboratório do Prof. Dr. Robson Francisco Carvalho, a partir da vontade de empreender da discente Msc. Jakeline Santos Oliveira, em conjunto com o analista de marketing digital Márcio Junior Dupont.
Em abril de 2023, o programa Atômica (https://conteudo.wylinka.org.br/atomica), promovido pela Sebrae for Startups, com execução da Wylinka e apoio da Associação Brasileira de Startups (ABSTARTUPS), abriu inscrições para selecionar startups científicas em fase de validação no mercado, principalmente aquelas que já estão entre os TRLs 3 a 6 (Nível de Maturidade Tecnológica). O programa irá oferecer mentorias com especialistas em inovação, que irão mergulhar no negócio para fornecer informações estratégicas sobre a startup e o mercado.
Ao mesmo tempo, a 7ª rodada do BioStartup Lab, da Biominas Brasil (https://conteudo.biominas.org.br/biostartup-lab), abriu inscrições para a seleção de startups. Durante dez semanas, as equipes selecionadas pelo programa têm a oportunidade e o suporte especializado para validar suas soluções e desenvolver as habilidades empreendedoras dos seus times. Foram inscritos 82 projetos de 17 estados brasileiros, sendo 38 selecionados para a fase das entrevistas. Das 20 startups selecionadas para esse programa de pré-aceleração, a que surgiu no IBB tem como foco a identificação de alvos para o tratamento do envelhecimento da pele na população brasileira. Os pesquisadores utilizarão tecnologias recentes, como sequenciamento de células únicas e inteligência artificial para a identificação de moléculas capazes de reverter o envelhecimento da pele, além de buscar validação de ativos para dermocosméticos em cultura celular tridimensional de pele humana.
Essa é uma estratégia inovadora, pois permitirá a identificação de alvos moleculares e ativos farmacológicos específicos para amenizar ou reverter o envelhecimento de tipos celulares específicos da pele, bem como reduzir o tempo de investigação, aumentar a eficácia e segurança de ativos preventivos e de tratamento, além de extinguir o uso de animais em pesquisa de pele.
A pesquisadora Jakeline, que lidera a startup, está finalizando o seu doutorado no Programa de Ciências Biológicas (Genética) do IBB, sob orientação do professor Dr. Robson Carvalho. O conhecimento científico e as habilidades técnicas adquiridas durante o seu projeto de doutorado, que teve como objetivo investigar alterações transcricionais e interação de moléculas secretadas pelo músculo esquelético ao longo do processo de envelhecimento, foram fundamentais para o desenvolvimento da ideia da startup.
Na última sexta-feira, 27, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, esteve em Botucatu onde condecorou com certificados e medalhas, alunos das redes publica e privada, participantes das Olimpíadas do Conhecimento, realizadas pelo MCTI.
A cerimonia aconteceu no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu e contou com a presença de diversas autoridades municipais.
Pela Rede Municipal de Ensino foram contemplados 26 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. João Maria de Araújo Junior, do 5º ao 9º ano, participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), em 2020, sendo 10 medalhas de ouro, 2 de prata e 14 de bronze.
A competição é uma das principais apostas do MCTI para a popularização da ciência, o estímulo e a qualificação de jovens brasileiros em diferentes áreas do conhecimento.