O canal English Fun, criado pelo casal de professores de inglês Karine Kettener e Tiago Jorge, completa um ano nesta segunda-feira (19). O projeto tem o mesmo nome da escola de inglês dos professores, localizado no Jardim Itamaraty.
O canal surgiu pois ambos os professores já ministravam aulas particulares e os alunos sempre pediam para abrir um canal, pois achavam engraçada a forma que as aulas eram feitas. O nome English Fun (Inglês Divertido), inclusive, veio da descontração dessas aulas.
A iniciativa tem o objetivo de divulgar o conteúdo do ensino de inglês, atingindo mais pessoas, e treinar as atividades no mundo online, com duas postagens por semana, nas quartas e domingos às 17h.
Os assuntos são bem variados, baseados nas dúvidas recorrentes dos alunos, tanto sobre língua inglesa quanto sobre intercâmbio. “O pessoal pergunta bastante sobre isso, então a gente conduziu tanto a parte do inglês como a parte do intercambio, como fazer esse aluno aprender o inglês, chegar no objetivo dele, e como se comportar lá fora do Brasil. Fizemos todo esse caminho desde o início do aprendizado até o intercâmbio” diz Karine. O casal participou de um intercâmbio no estado americano do Texas, durante o doutorado da professora.
A professora é formada em biologia e também tem um curso online de inglês específico para acadêmicos de zootecnia e veterinária. “Estamos nessa fase de transição e o online provavelmente vai dominar uma boa parte da educação, pois facilita o processo de aprendizado e quebra barreiras geográficas, o principal benefício que a educação online tem, tanto que temos um curso online tambem de inglês voltado para a área de zootecnia e veterinária e essa foi a forma que a gente encontrou de atingir outras pessoas. No presencial você tem a limitação do tempo, então é um grande problema que a gente tem e o tempo é uma questão limitadora em tudo hoje em dia”.
O inglês específico para acadêmicos
“Quando eu fui pro doutorado fazer o intercâmbio eu notei que uma dificuldade que eu tive foi com termos específicos então muitas vezes eu tinha que contar a história toda até chegar naquele termo que eu não sabia falar. Foi aí que notei o gargalo, se eu tivesse estudado esse tipo de vocabulário antes de ter feito intercâmbio, talvez a minha dificuldade inicial lá fora do Brasil seria muito menor. Com os alunos o problema também era esse, então muitas vezes você mantinha um papo dia-a-dia com a pessoa, mas quando você perguntava ‘o que você vai fazer lá na sua pesquisa, o que você vai fazer lá no seu intercâmbio lá fora?’ a pessoa travava.
“No momento nosso maior limitante é tempo pra dar aula, o tempo cara a cara com a pessoa, e não tem mais como eu atender mais gente. Por isso até que a gente acabou indo pro online, para tentar suprir essa necessidade do mercado. O nosso foco agora é tentar expandir a parte do online e, claro, tentar manter a mesma qualidade do presencial para o online, porque é possível você aprender online, inclusive nas plataformas gratuitas. Tentamos sempre dar bastante conteúdo de qualidade no YouTube e Instagram, sendo gratuito a intenção é atingir quanto mais pessoas melhor”, diz.
Vídeo mais assistido do canal, com mais de mil views.
A importância da segunda língua para os acadêmicos
“Inglês hoje em dia já deixou de ser um diferencial, é uma necessidade, todo mundo tem que saber pelo menos o básico de inglês, senão você não entra no mercado de trabalho, você não consegue ir pra um mestrado, sua carreira não desenvolve tão bem como se você tivesse. Por essa necessidade e por ser a língua da ciência, você nota que para a ciência do Brasil decolar o que mais falta é o inglês. Tem ótimas pesquisas aqui, só que as pessoas nao sabem mostrar essas pesquisas pro resto do mundo pela falta da língua”.
Muitas vezes a gente acompanhou isso enquanto estávamos no Texas, brasileiros que iam até lá com uma pesquisa extremamente interessante, um conteúdo que realmente deveria tocar as pessoas que estão na universidade fora do Brasil, só que essa pessoa não conseguia comunicar a pesquisa. A pessoa do outro lado pensava ‘essa pesquisa não é importante’, mas a pessoa que não soube mostrar a devida importância pelo fator limitante da língua”.
A eficácia da educação a distância
Perguntada sobre o ensino online, Karine é esperançosa com a metodologia. “Eu acho que estamos numa fase de transição, então temos muito ainda o viés do presencial, porque a base da nossa educação sempre foi feita no presencial, e ainda existem os mitos da educação online. Existem universidades fora do Brasil que já tem cursos que são considerados semipresenciais, ou seja, a pessoa faz o curso presencial com alguma determinada disciplina que faz online. Então, ela só vai pra universidade pra fazer uma aula prática caso essa disciplina tenha”.
Eu amo a ciência, eu fiz o doutorado na área de melhoramento de plantas – que não tem a ver com o inglês diretamente – só agora que estou fazendo uma graduação em inglês. O meu maior objetivo é tornar a ciência do Brasil boa, de qualidade, que as pessoas reconheçam o Brasil independente de todos os problemas. Deixar a ciência do Brasil mostrar seu valor, porque a gente tem muita ciência boa aqui mas falta comunicar, a forma de comunicar, e é isso que a gente está aprendendo aqui”, disse Karine.
“Quando eu escolhi o curso da minha segunda graduação, eu escolhi ela 100% online para testar a teoria e ver se realmente funciona, se realmente dá certo. E o governo de certa forma está pensando nisso porque esse curso é da Universidade Federal de Uberlândia, então é um curso gratuito de uma universidade pública e 100% online”.
O canal dos professores pode ser acessado por este link.