O espectro de esquerda da política nacional faz esforços tremendos, desde o impeachment da ex-presidente Dilma, para manter a narrativa que houve um golpe, que o ex-presidente Lula é um preso político, que a Operação lava-Jato é uma farsa, entre outras coisas. Se foi golpe e tudo isso é verdade, deixem Bolsonaro governar. Calma, eu explico.
Durante o período eleitoral em 2018 era compreensível os movimentos anti-Bolsonaro, como #elenão e tantos outros que pipocaram. à época, tratava-se do uso de contrapropaganda, amplamente utilizada por todos os partidos e espectros ideológicos. Algumas são mais sutis e subliminares, outras mais agressivas e diretas. Mas as eleições já acabaram, é hora de voltar à vida normal.
Agora, atentando-se à abordagem da questão principal proposta. Se foi golpe, deixe Bolsonaro governar.
É simples, porque com esse clima de desestabilização a esquerda está promovendo um terceiro turno interminável, assim como fez Aécio Neves, que causou uma crise política sem precedentes e que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma.
Qualquer ruptura é ruim para país, é mais fácil e menos traumático deixar o tempo passar, o governo eleito trabalhar; aceitar uma escolha popular e esperar as próximas eleições para decidir novamente. A pergunta é, vão fazer o que são tanto condenam? É uma sinuca moral, sim. Se você acha que foi golpe, não seja um golpista, não torça contra o seu país por birra, por pirraça. Seja mais racional do que emocional
Uma organização partidária com o mínimo de racionalidade buscaria por uma oposição inteligente, com debate de ideias. Invés de se manter em uma campanha eleitoral perdida em 2018, deveria focar em um projeto de país, preparar um candidato decente, com um bom curriculum e não uma ficha corrida.
Platão já dizia que só deve governar uma cidade quem pode governar a própria vida. Isso inclui ser racional. Sun Tsu ensina em A Arte da guerra que há tempos de paz e tempos de batalha. Há época para debate político e há tempos de planejamento. Para fazer uma campanha para vereador ou prefeito, para que um candidato seja eleito, é essencial usar a emoção dos eleitores. Porém, tratando-se de época de paz, ou seja – de governo – é preciso racionalidade, estratégia, inteligência.
Mano Brown sintetizou a maior falha da esquerda, a esquerda está fora da curva, perdida em bolha de pessoas que se julgam moralmente superiores e sem nenhuma conexão com o povo de verdade. Presos em seus pedestais de baluartes da moral e da inteligência, taparam os ouvidos e os olhos a tudo que não cabe no discurso do mundo perfeito que eles dizem existir em algum lugar na utopia.
Para finalizar, se o Bolsonaro cair quem assume não é o Hadad.
Até a próxima!
José Alberto Conte Junior
Jornalista e Especialista em Marketing Político