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Política

Cidadania expulsa deputado Fernando Cury por caso de importunação sexual na Alesp

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Parlamentar, que apalpou seio da deputada Isa Penna em dezembro de 2020 durante sessão, classificou decisão como ‘antidemocrática’ e disse se tratar de ‘manobra política’; Isa Penna afirmou que decisão é resposta a ‘todas as mulheres que se sentiram assediadas junto comigo há quase um ano’.

O diretório estadual do Cidadania decidiu, por 27 votos a 3, pela expulsão do deputado estadual Fernando Cury nesta segunda-feira (22) após o caso de importunação sexual envolvendo a colega Isa Penna (PSOL) em dezembro de 2020.

Vídeo gravado por câmera da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) mostra Cury passando a mão no seio de Isa Penna durante sessão extraordinária para votar o orçamento do estado. A deputada registrou boletim de ocorrência contra o deputado por importunação sexual.

O Conselho de Ética da legenda já havia recomendado a expulsão do parlamentar, mas ele recorreu ao Judiciário. Cury tem cinco dias, a contar da data de notificação da decisão, prevista para esta terça-feira (23), para recorrer ao Diretório Nacional do partido.

A legenda havia considerado que o episódio de importunação sexual na Alesp foi “desrespeitoso, afrontoso e deve ser combatido”. Em abril, a Casa aprovou por unanimidade uma resolução que determinava a perda temporária do mandato de Cury por 180.

Em nota nesta segunda, Cury afirmou que o “processo está, mais uma vez, atropelando o devido processo legal para criar um fato político”, é “antidemocrático” e que não há “o intuito de se fazer justiça pois, caso fosse essa a intenção, aguardariam o término dos prazos dos recursos na ação judicial para dar andamento a este processo”.

Segundo ele, o partido pretende fazer uma “manobra” criando um “fato político” ao expulsá-lo antes de uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. “Caso o TJDF entenda que a competência é do Conselho de Ética Estadual, e não Nacional do Cidadania, minha expulsão será cancelada”, afirma.

“Acredito na justiça e, assim que o TJDF reverter a decisão do partido, buscarei minha reparação”, disse.

A deputada Isa Penna, também em nota, disse que a decisão pela expulsão foi uma resposta do partido não a ela ou ao deputado, mas sim a “todas as mulheres que se sentiram assediadas junto comigo há quase um ano”.

“”Sou uma deputada e entendo a demora desse resultado. A demora, no entanto, sempre me faz pensar mas nas mulheres que nunca verão seus assediadores sendo punidos – seja porque não há respostas efetivas das instituições”, afirma.

A deputada diz que seguirá na “luta para não haja espaço para outros Fernando Cury, um exemplo do que não se deve fazer nem com as câmeras televisionando tudo, nem nos corredores de ônibus, nos becos, vielas, nos espaços de trabalho e nos lares do Brasil”.

Segundo Carlos Fernandes, secretário-geral do Diretório Estadual do Cidadania, a decisão pela expulsão do deputado foi tomada após uma reunião de uma hora e meia de duração e, como o Diretório Estadual do Cidadania em São Paulo possui 50 membros efetivos, eram necessários pelo menos 26 votos (maioria absoluta) para oficializar a expulsão.

Também de acordo com Fernandes, como houve uma expulsão, e não uma troca de legenda decidida pelo parlamentar, Cury seguirá exercendo o mandato normalmente até o fim, em dezembro do ano que vem.

Importunação sexual

Cury foi notificado pela Justiça por importunação sexual em outubro. Ele foi denunciado na esfera criminal em março pelo Ministério Público e, desde abril, a Justiça tentava localizar e notificar o parlamentar para poder dar início ao processo.

Cury retomou o mandato na Alesp no início de outubro, após 180 dias de suspensão determinados pela Casa por passar a mão na também deputada Isa Penna (PSOL).

Na ocasião, questionado sobre a dificuldade da Justiça, o parlamentar disse ao g1 que “todos os endereços e agendas dele são públicas e de fácil acesso”.

Justiça de SP barra posse de Fernando Cury no Conselho da Criança e do Adolescente
Em dezembro de 2020, uma câmera de segurança da Alesp flagrou o momento em que o deputado Fernando Cury passou a mão no seio da colega no plenário, em um abraço por trás, durante a votação do orçamento do estado para 2021.

A defesa de Fernando Cury tem alegado que ele “não teve a intenção de desrespeitar a colega do PSOL ou assediá-la” no que chamou de “leve e rápido abraço”, mas a deputada o acusou ao Conselho de Ética da Casa Legislativa e defendeu a cassação do mandato dele.

Após diversas reuniões virtuais, no entanto, a maioria dos conselheiros, como o deputado Wellington Moura (Republicanos), pediu a pena mais branda de suspendê-lo por 119 dias, punição que permitiria a continuidade dos trabalhos no gabinete dele.

Quando a discussão chegou ao plenário, o presidente Carlão Pignatari (PSDB) tentou impedir que os deputados propusessem punições mais duras, mas se mostrou mais flexível depois que Isa Penna acionou a Justiça.

No dia 1º de abril, a Alesp aprovou por unanimidade uma resolução que determinou a perda do mandato de Fernando Cury por 180 dias, decisão inédita na Casa Legislativa paulista.

A punição de seis meses implicou na paralisação do mandato e do gabinete de Cury, com a consequente posse do suplente, Padre Afonso (PV), que integrava a coligação que o elegeu e que pôde formar sua própria equipe.

‘Desaparecido’ da Justiça
No dia 15 de janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) autorizou a abertura de uma investigação criminal contra o deputado estadual Fernando Cury. A decisão atendeu a um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo, que havia solicitado a autorização por conta do parlamentar ter foro privilegiado.

Com as investigações avançadas, o MP denunciou o deputado pelo crime de importunação sexual no dia 20 de março deste ano. A denúncia foi oferecida pelo Procurador-Geral de Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, ao desembargador João Carlos Saletti, do Órgão Especial do TJ.

A Justiça de São Paulo expediu a carta de ordem para que o deputado fosse notificado na residência dele, na cidade de Botucatu, interior de São Paulo. O documento serve para iniciar o processo, informando a Cury o teor da acusação e abrindo um prazo para que a defesa dele se manifeste.

Um oficial de Justiça fez uma primeira tentativa de cumprimento do mandado no dia 2 de maio, mas não o encontrou no local, nem nas outras três tentativas seguintes, nem via telefone.

O Ministério Público forneceu outros endereços e telefones possíveis, novas tentativas da Justiça foram realizadas, mas ele só foi localizado e notificado nesta sexta (15).

Fonte: G1

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Brasil

Deputada quer frear gastos de Lula em viagens internacionais e propõe hospedagem em Embaixadas 

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EBC

Medida da parlamentar do PL-SP prevê redução significativa nos custos do governo federal; em cinco meses de mandato, presidente fez 12 viagens oficiais ao exterior, que custaram R$ 7,3 milhões os cofres públicos 

A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) protocolou um projeto de lei que determina que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se hospede em Embaixadas durante viagens internacionais. A medida tem o objetivo de reduzir gastos do governo federal e garantir maior transparência na utilização de recursos públicos para este fim.  

De acordo com a proposta da parlamentar do PL-SP, as Embaixadas Brasileiras deverão oferecer acomodações adequadas e seguras para Lula, garantindo conforto e privacidade durante a estadia da comitiva do presidente da República. Na falta de acomodações adequadas oficiais, será possível optar por hospedagens alternativas. 

Desde o início de seu terceiro mandato no Palácio do Planalto, Lula já fez 12 viagens oficiais ao exterior. As agendas custaram, só em hospedagem, R$ 7,3 milhões, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Este valor não abarca a última viagem à Europa do presidente, no mês passado, quando o petista esteve na Itália, no Vaticano e na França:  

“Mais do que conter gastos, um presidente da República precisa dar o exemplo para os brasileiros durante as viagens internacionais. Queremos que esses gastos exorbitantes com o dinheiro público sejam extintos e que as despesas geradas nessas ocasiões sejam devidamente registradas e publicadas de forma transparente ao público. A hospedagem nas Embaixadas Brasileiras proporcionará uma economia significativa, ao mesmo tempo em que garante a segurança e o conforto do presidente e de seus assessores”, argumenta Rosana.  

Na prática, a propositura da parlamentar faz com que o presidente da República deixe de se hospedar em hotéis de alto padrão, custeados, na maioria das vezes, com o erário público. Alguns países anfitriões, por exemplo, oferecem hospedagem na qualidade de cortesia aos visitantes.  

A viagem de Lula para a China, em abril deste ano, foi a que registrou maior gasto com hospedagem para a comitiva oficial. Na oportunidade, o governo brasileiro arcou com custos na ordem de R$ 1,8 milhão durante os cinco dias do presidente do Brasil em território chinês. As outras viagens com os maiores gastos com hospedagem foram as para o Reino Unido (R$ 1,4 milhão), Portugal (R$ 1 milhão) e Espanha (R$ 815 mil);  

“Essas viagens luxuosas com dinheiro público são inaceitáveis, além de serem um desvirtuamento da finalidade da própria comitiva. Na coroação do Rei Charles III, por exemplo, a comitiva brasileira reservou um andar inteiro de um hotel luxuoso, sendo que, muito próximo de lá, cerca de 2,5 quilômetros de distância, estava disponível à Embaixada Brasileira, em Londres. A Embaixada de Lisboa segue os mesmos padrões de qualidade, confronto e segurança, com totais condições de hospedar qualquer comitiva”, defende Rosana. 

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Botucatu

Câmara aprova alterações em leis orçamentárias

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Câmara de Botucatu contou com sessão ordinária e extraordinária. No total, oito projetos foram debatidos, tanto de autoria do executivo como do legislativo municipal.

Em sessão ordinária, os três primeiros Projetos de Lei discutidos trataram de denominação de ruas em Botucatu, e foram aprovados por unanimidade dos votos. Por iniciativa da vereadora Alessandra Lucchesi (PSDB), a rua 04 do bairro Royal Garden Botucatu passa a chamar-se “Rua Rosa Pezavento de Aguiar”. Em tribuna, a vereadora-autora comentou sobre a trajetória pessoal e profissional da homenageada.

Em seguida, a rua 05 do bairro Ecovilla Botucatu Residencial foi denominada de “Rua Antônio Maringoni Filho”, fruto de Projeto de Lei de iniciativa do vereador Lelo Pagani (PSDB), que fez a leitura da biografia do homenageado.

E finalizando as denominações da noite, as ruas 06 e 07 do bairro Royal Garden Botucatu receberam o nome de “Rua Irmã Maria”. Fruto de Projeto de Lei de autoria do vereador Sargento Laudo (PSDB), a matéria recebeu emenda de seu autor, para que houvesse a troca do nome da homenageada pelo nome que ela é popularmente conhecida – Irmã Maria. A emenda também foi aprovada por unanimidade. Em tribuna, o vereador-autor comentou sobre a biografia da homenageada, acentuando sua devoção à Deus e dedicação à igreja.

A última discussão da sessão ordinária tratou da instituição da Semana Municipal de Orientação e Prevenção de Acidentes com Crianças. A matéria contou com uma emenda do vereador Sargento Laudo, solicitando que tal semana fosse realizada no mês de novembro, data sugerida, segundo o mesmo, pela idealizadora do projeto “Crescer Seguro”, Dra. Maria Auxiliadora Gabarra. Já o vereador Marcelo Sleiman (União) explicou que o projeto receberá total apoio da Secretaria de Educação, e que por isso não pode ser idealizado no mês de novembro, devido à falta de equipe disponível nesta época do ano. Segundo o vereador, o melhor mês para a aplicação do projeto seria em setembro, conforme consta na inicial do Projeto de Lei. Após muita discussão, o vereador Palhinha (União) solicitou adiamento da discussão por uma sessão, e teve seu pedido acatado pela maioria dos votos.

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em sessão extraordinária, foram votados e aprovados por unanimidade dos votos quatro projetos de alterações orçamentárias, modificando o Plano Plurianual (PPA – 2022/2025), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2023) e Lei Orçamentária Anual (LOA 2023).

O Projeto de Lei Complementar 13/2023 e o PL 59/2023, de autoria do Executivo, abriram um crédito adicional suplementar até o limite de pouco mais de R$ 12,8 milhões, para subsidiar demandas em diversas secretarias e departamentos da Prefeitura. Em tribuna, o vereador Silvio (Republicanos) explicou que o recurso será proveniente do superávit financeiro e também de excesso de arrecadação, sendo utilizado principalmente para demandas envolvendo segurança pública, zeladoria, turismo e assistência social.

Em seguida, foram discutidos o Projeto de Lei Complementar 14/2023 e o PL 65/2023, também de autoria do Executivo Municipal, que abriram um crédito adicional suplementar até o limite de pouco mais de R$ 5.5 milhões para subsidiar demandas da Secretaria de Infraestrutura. Novamente, o vereador Silvio, representante do Prefeito na Câmara, explicou que o recurso será proveniente do superávit financeiro e de excesso de arrecadação. Ambas as matérias contaram com mensagem para uma alteração e correção do texto dos projetos, com propósito de adequar os valores somente ao ano de 2023. A mensagem também foi aprovada.

Em alusão aos quatro projetos em pauta, a vereadora Rose Ielo (PDT) justificou o seu pedido de vista na última semana, explicando que era necessário demonstrar de onde estavam vindo os recursos, em cumprimento às leis de finanças e Lei de Responsabilidade Fiscal. O relatório do pedido de vista da vereadora foi anexado ao processo.

Lembrando que todos os projetos discutidos nesta e em outras sessões plenárias podem ser consultados em sua íntegra no site da Câmara Municipal de Botucatu.

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Botucatu

Comissão de Acessibilidade elabora texto-base que pode virar lei voltada a autistas

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Na manhã desta quinta-feira (22/06), a Comissão Temporária de Acessibilidade e Qualidade de Vida das Pessoas com Deficiência (PCDs) entrou na reta final de seus trabalhos ao discutir a elaboração de um texto-base, a ser enviado ao Poder Executivo, que seja o alicerce de uma nova legislação referente às pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

O documento propõe uma política pública abrangente, que inclua a criação de um sistema que atenda e dê suporte aos pacientes autistas e suas famílias, e a realização de diagnóstico e posterior encaminhamento para tratamento, tudo com auxílio das escolas, do Sistema de Saúde e das instituições que já cuidam desse público na cidade.

O processo de construção desta proposta também envolveu diversos atores, como fica evidenciado pelos presentes na reunião. Além de vereadores que compõem a comissão temporária – Alessandra Lucchesi (PSDB), Marcelo Sleiman (União) e Palhinha (União) – ainda compareceram o Coordenador de Saúde Mental no município, Márcio Pinheiro Machado, a Coordenadora do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Nathane Schincarioli Rodrigues Ruiz, e representando o Espaço Saúde “Dra. Cecília Magaldi”, Victoria Rebeca de Castro, Silvana C. O. Spadaro e Cibele Carmello De Marchi.

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