Bahige Fadel

DESEJOS, Por Bahige Fadel

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DESEJOS 

Bahige Fadel

Eu quero ser feliz.

Eu quero ser famoso.

Eu quero ser rico.

Eu quero ganhar na loteria.

Eu quero a mulher que eu amo.

Eu quero um aumento salarial.

Eu quero um bom emprego.

Eu quero ser poderoso.

Eu quero…

É próprio do ser humano desejar coisas boas para si próprio. E ele sonha com isso, torce por isso e, às vezes, luta por isso. Normal. Todos desejam para si próprios o melhor que podem ter. Eu quero a melhor casa. Eu quero a melhor roupa. Eu quero o melhor amigo. Eu quero a melhor saúde.

Mas apenas isso é suficiente para a realização plena de uma pessoa? Isso basta? Não há a necessidade de mais nada? Não estariam faltando outros desejos? Melhor dizendo, não estariam faltando algumas proposições de vida?

Eu quero ser bom.

Eu quero ser justo.

Eu quero ser útil.

Esses propósitos acima estariam entre os desejos comuns das pessoas? Nem sempre. É que, para ser bom, você tem que ser bom para alguém. Tem que existir o outro. Para ser justo, você tem que ser justo com alguém. Tem que existir o outro. E para ser útil, você tem que ser útil para alguém. Também tem que existir o outro. Só que a maioria das pessoas tende a pensar no que seria bom para elas mesmas, esquecendo-se de que sempre existirá o outro. E é esse o grande mal.

As pessoas deveriam pensar: Como poderei ser bom? Serei bom se eu for justo com os outros e útil para eles. E para ser justo e útil, não poderei pensar apenas em mim. Tenho que pensar nos outros. Que outros? Minha família, meus amigos, meus colegas, meus conhecidos. Só nesses? Isso não é suficiente. Nossa vida não é composta apenas do nosso relacionamento com a família, com os amigos, com os colegas e com os conhecidos. Os desconhecidos também estão em nossa vida. E para sermos bons, justos e úteis de fato, devemos considerá-los. Caso contrário, corremos o risco de sermos bons para uns e maus para os outros.

Todos deveriam pensar nisso, inclusive os políticos. Ou principalmente os políticos, que tendem a ser mais poderosos do que as pessoas comuns. Se pensassem nisso, não seriam corruptos, não seriam omissos, não seriam indiferentes aos desejos e necessidades dos outros. Se pensassem nisso, não prometeriam sem querer cumprir, não mentiriam só para usufruir. Ao contrário, procurariam conhecer os desconhecidos, procurariam ser solidários com todas as pessoas de bem, procurariam combater o mal. Será isso possível?

BAHIGE FADEL

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