Botucatu

Discentes e docentes do IBB trazem para a Unesp o Alt Protein Project

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O projeto faz parte de um movimento global que visa desenvolver pesquisas e ações sobre proteínas alternativas

Discentes e docentes do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB), incluindo pesquisadores vinculados à Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) – Campus Botucatu e a Faculdade de Ciências – Campus Bauru, trazem para a Unesp o Alt Protein Project. O projeto faz parte de um movimento global que visa transformar universidades em catalisadores para educação, pesquisa e inovação sobre proteínas alternativas.

Já existente em outras universidades públicas, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o projeto faz parte do The Good Food Institute (GFI), uma organização sem fins lucrativos, que trabalha para transformar o sistema de produção de alimentos em algo mais seguro, justo e sustentável.

A iniciativa partiu dos discentes Juliane Campos Leutz e João Marco Pádua, ambos pós-graduandos do Programa de Biotecnologia do IBB. Porém, outros estudantes de pós-graduação e graduação se juntaram à eles. Auxiliando no desenvolvimento do projeto, a equipe contou com mentores, entre eles, o docente Paulo Noronha Lisboa Filho, da Faculdade de Ciências de Bauru, a docente Pricila Veiga dos Santos e o docente Vitor Augusto dos Santos Garcia, ambos da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu.

O Alt Protein Project na prática

De acordo com a discente Juliane Leutz, o projeto possui várias vertentes e engloba a disseminação de informações para os universitários sobre Carne Cultivada, Fermentação e Plant-Based em geral.

“Nosso objetivo é estimular uma comunidade engajada no tema, organizar eventos, estimular a pesquisa de acesso aberto e o networking entre pesquisadores da Unesp, além capacitar o empreendedorismo e inovação no tema, e no futuro, desejamos criar disciplinas de proteínas alternativas para os cursos de graduação”, explicou Juliane.

A ideia é que, após consolidado no meio acadêmico, o projeto alcance lugares além da universidade, como as escolas públicas e privadas, visando incentivar crianças e jovens sobre o assunto.

Entenda o que são as Carnes Cultivadas e os alimentos Plant-Based

A Carne Cultivada, como o próprio nome diz, é produzida em laboratório. Os cientistas pegam as células dos animais e através de processos biotecnológicos produzem a carne fora do animal, o que evita o sofrimento e a morte de vacas e frangos, por exemplo. Já os alimentos plant-based, são os produzidos à base de vegetais. Neste sentido, as empresas utilizam uma tecnologia avançada para transformar esses vegetais em produtos análogos aos alimentos de origem animal. São alternativas novas que surgem no mercado, proporcionam inúmeros benefícios para o consumidor e para a sociedade como um todo.

“O novo Relatório do Banco Mundial revela que as proteínas alternativas apresentam um potencial para mitigação de mudanças climáticas podendo reduzir 6.1 GtCO2 eq/ano ficando atrás apenas do reflorestamento. Mover-se de dietas atuais para uma sem produto animal reduziria as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) em 49% e diminuiria o uso de terras aráveis em 76%. A carne cultivada e os alimentos plant-based além de serem alternativas sustentáveis, são caminhos possíveis para diminuir a insegurança alimentar”, explicou a discente Juliane.

O Alt Protein Project vai ao encontro de um cenário que cresce no Brasil. Isso porque de acordo com a Revista Exame, apesar dos desafios que este mercado ainda enfrenta, em 2023 houve um aumento de 42% de alimentos à base de vegetais no Brasil.

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