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EU QUERO PAZ, artigo de Bahige Fadel

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EU QUERO PAZ

Alguns dias fiquei meditando sobre um tema para uma crônica. Um tema atual. Um tema que esteja na boca e nos pensamentos das pessoas. Estava difícil. Escrever sobre o quê? Todos os fatos ‘importantes’ só se referem a ódio, a violência, a intransigência. Todos os personagens se sentem na obrigação de demonstrar poder, força. Todos têm sede de poder. Todos querem ser importantes. Indispensáveis. Únicos. Insubstituíveis. E quando esse poder é ameaçado, viram feras. E não estou falando da esquerda ou da direita, de bolsonaristas ou lulistas, de vitoriosos ou derrotados. Estou falando das pessoas. Ser da situação ou da oposição é circunstancial. Uma hora é uma coisa, outra hora muda. Estou falando de atitudes, de pensamentos, de falas, de sentimentos das pessoas. É disso que eu falo. Se são da esquerda ou da direita, não estou nem aí. Sempre defendi a ideia de que qualquer tipo de governo pode ser bom, desde que as pessoas que estão no poder sejam boas, sejam competentes, tenham espírito público, sejam honestas e tenham boas intenções. Se o governo parte do princípio de que deve trabalhar pelo povo, para a felicidade da população, não importa muito como alcançará esse objetivo. Portanto, salvo melhor juízo, não é essa a questão.

Finalmente, depois de muito meditar, encontrei o tema. Assunto atual, interessa a todos. O que eu quero para os dias de hoje é paz. Quero paz nos pensamentos e nos sentimentos. Quero paz nas palavras e nas ações. Quero a paz que conforta. Quero a paz que une. Quero a paz que constrói coisas boas. Quero a paz que permite bons sonhos. Quero a paz que desenha esperança de melhores dias. Quero a paz fraterna. Quero a paz que me permite amar sem medo. A falar sem medo. A agir sem medo. A respirar sem medo. A viver sem medo.

Não quero mais nada. Não preciso de mais nada. Não preciso que pensem por mim. Sou dono dos meus pensamentos. Não preciso que façam por mim. Sou dono de minhas ações. Não preciso que falem por mim. Sou dono de minhas palavras. Mas se quiserem me dar a mão, para multiplicar a paz de cada um, aceitarei. Iremos juntos no mesmo sentido. E saberemos sorrir. E saberemos conviver, mesmo que sejamos diferentes. Mesmo que pensemos de forma diferente. Desde que as diferenças nos ajudem a ver melhor, a agir melhor, a pensar melhor. As diferenças devem servir de escadas, para que todos possam subir, não como túmulo, onde todos acabarão sendo enterrados.
Eu quero paz. Tenho certeza disso. Não a paz dos mortos. Eu quero a paz dos que querem viver felizes e fazem questão de que os outros também sejam felizes.

BAHIGE FADEL

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