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Em assembleia, greve dos servidores municipais é mantida em Bauru

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Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Bauru e Região (Sinserm), a maioria da categoria decidiu manter a greve, que chega hoje ao seu décimo dia. Cerca de mil trabalhadores participaram da votação, sendo que 80% ergueu as mãos rejeitando as propostas feitas ontem pelo prefeito Clodoaldo Gazzetta.

No início da manhã, a diretoria do sindicato tentou conduzir a eleição de modo diferente, utilizando cédulas e carimbo no pulso para evitar possível voto repetido. A mudança, porém, não foi bem aceita pelos servidores, que solicitaram a votação como nas assembleias anteriores.

Ontem, o chefe do Executivo apresentou modificações nas propostas aos servidores. Em reunião no Gabinete da Prefeitura -, que contou com a presença de representantes dos servidores municipais, do sindicato, de vereadores e secretários municipais -, foram apresentadas três formas de redistribuição do percentual de reposição da inflação (2,84%). A estratégia foi buscar o apoio dos servidores que ganham menos, mas são maioria na grade municipal.

O advogado do Sinserm, José Francisco Martins, considerou a estratégia ruim. “O prefeito, na prática, redistribuiu o mesmo percentual que ele havia oferecido, com valores maiores para quem ganha menos. Isso é uma forma de dividir a categoria com o objetivo de acabar com a greve. Vamos submeter isso à categoria, mas o entendimento nosso é de que reposição da inflação, por ordem constitucional, tem de ser linear e isonômico, para todos”, disse.

TRÊS PROPOSTAS

A primeira proposta apresentada ontem se baseia em 1,42% de recomposição imediata, R$ 70,00 de abono a partir de setembro, reajuste de 10% no vale-compra (de R$ 410,00 para R$ 451,00) e 100% no abono natalino. A segunda proposta oferece 1% de reajuste imediato e R$ 25,00 de abono neste mês e 1% de reposição e R$ 25,00 de abono em setembro, além do vale-compra de R$ 451,00 e abono natalino de 100%.

Por fim, foi mantida a proposta anterior, apresentada na última sexta-feira, de reposição inflacionária de 2,84% (1,42% agora e 1,42% em setembro), aumento no vale-compras de 10% (passando de R$ 410,00 para R$ 451,00) e abono natalino no vale-compras de 100%. Em todas as propostas, consta, ainda, o reajuste no valor do abono (antigo vale refeição) de R$ 350,00 para R$ 360,00. O desconto dos dias dos servidores que aderiram à greve ficou de ser negociado após o término da paralisação.

DECISÃO DO TJ

O vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ), desembargador Artur Marques da Silva Filho, deferiu, ontem, liminar que exige a presença no trabalho de 70% do quadro de servidores da Prefeitura de Bauru das áreas de Educação e Saúde. A medida pressiona o movimento grevista, que completa dez dias de paralisação nesta quinta-feira.

A liminar obtida pelo Jurídico da prefeitura junto ao TJ prevê multa de R$ 5 mil por dia em caso de desobediência. O Sindicato dos Servidores Municipais de Bauru e Região (Sinserm) comentou, ontem à noite e reiterou agora pela manhã, que vai se posicionar somente após notificação, o que não aconteceu, por enquanto.

No deferimento da liminar, o desembargador designou audiência entre as partes para a próxima quinta-feira, 5 de abril, 14h30, na Capital.

EM NÚMEROS

No final da tarde de ontem, a prefeitura divulgou mais um balanço da paralisação. Ao todo, são 1.136 servidores parados.

Inclusive, os dois setores nos quais a liminar obtida impactam diretamente são os de maior número absoluto de grevistas. Na Educação, são 878 funcionários de braços cruzados e outros 113 na Saúde.

Fonte: JCNET

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