Desde a última segunda-feira, 4, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) iniciou um projeto de “visitas virtuais” para os pacientes internados com diagnóstico de Covid-19 nas enfermarias, com o objetivo de humanizar o atendimento e amenizar o sofrimento que o isolamento causa, principalmente nos idosos.
O projeto tem o intuito de garantir o direito do paciente à visita com segurança, mesmo sendo virtual, através da realização de videochamadas entre pacientes internados e seus familiares por meio de tablets, adquiridos através de verbas de pesquisa, sendo uma iniciativa do Departamento de Gestão de Atividades Acadêmicas (DGAA) do HCFMB, com o apoio do Núcleo Interno de Regulação (NIR), do Centro de Informática Médica (CIMED) e dos médicos residentes da Clínica Médica.
A gerente acadêmica do DGAA e coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Fisiopatologia em Clínica Médica da FMB Dr.ª Daniela Ponce relata que a ideia surgiu a partir de observações da equipe médica sobre a interação dos pacientes com os familiares por meio da tecnologia. “Muitos pacientes têm seus próprios aparelhos eletrônicos e sabem manipulá-los, mas existem pacientes idosos que não possuem celulares e que estavam bastante agoniados pelo isolamento tão necessário nesta doença”, conta.
Dois pacientes idosos, uma de 83 anos e outro de 91 anos, estrearam a iniciativa e o resultado foi positivo. “Os pacientes se sentiram mais acolhidos, puderam receber e dar notícias aos familiares, passando tranquilidade a eles”, afirma Dr.ª Daniela. Todos os cuidados preventivos foram tomados pela equipe que acompanhou a ação, bem como a preparação e a higienização anterior e posterior do tablet, sob a supervisão da Comissão de Controle de Infecção Relacionada à Assistência (CCIRAS) do HCFMB.
Para Dr.ª Daniela, a visita virtual diminui o desgaste emocional e a ansiedade de pacientes e familiares, e já há planos para expandir o projeto. “A ideia é levar as visitas para todos os pacientes que necessitem, focando principalmente nos idosos que não possuem celulares ou que tem dificuldade de manuseio destes equipamentos, e monitorar a evolução do quadro do paciente antes e depois desta visita”, finaliza.