Vivemos um momento muito difícil, no Brasil. É um momento em que todo cuidado é pouco. Qualquer deslize poderá levar-nos ao caos. Então, é preciso muito cuidado, para que as coisas não degringolem. É um momento em que, às vezes, é melhor não fazer nada do que fazer qualquer besteira, só para dizer que tentou algo. Cabeça no lugar, como me dizia um velho conhecido.
Bahige Fadel
O Lula é um grande líder. Disso ninguém duvida. Tem o apoio de uma boa parcela da população brasileira. Se puder ser candidato, terá enormes chances de se eleger. E é uma ingenuidade dizer que ele só se elege com o apoio dos mais pobres. Não é verdade. Há gente chique que apoia o Lula. Há artistas famosos que apoiam o Lula. Há empresários conhecidos que apoiam o Lula. Uns o apoiam por um motivo; outros, por outro. Mas um dos principais apoios é daqueles que pensam o seguinte: Apoiar quem? Qual é a grande liderança nacional que está se propondo a ser o presidente do Brasil? Nenhuma. Estamos vivendo um verdadeiro deserto de grandes líderes. Então, o cara pensa: Se não há ninguém capaz de nos tirar desse lodo, então vamos votar nele mesmo. Pelo menos, esse a gente já conhece. Por outro lado, aguardem pelo maior índice de votos nulos da história do país. Isso será um péssimo indício.
Um dia desses, estava ouvindo um comentário político, numa rádio de São Paulo. É uma pena que não tenha ouvido o comentário desde o início, para saber quem estava falando. O comentarista, em determinado momento, disse que, de acordo com o andar dar carruagem, nas próximas eleições corremos o risco de ter que escolher ‘entre o que sabe tudo de como roubar e o que não sabe nada de como fazer’. É um jogo de palavras, eu sei, mas é bom a gente pensar muito a respeito disso. Não é justo que o brasileiro, após passar por momentos terríveis de insegurança, revolta, desânimo, tenha apenas essas opções. O brasileiro merece algo melhor. Merece, na presidência, alguém competente, honesto, honrado, líder, aglutinador, moderno, antenado com o mundo, com espírito patriótico, equilibrado, democrático e forte. Sim, ele precisa ser muito forte, para não ser derrubado por forças demagógicas, corruptas, interesseiras, individualistas, cuja competência é usada apenas para exercer o mal. E essas forças existem a rodo. E essas forças têm apoios importantes, no Brasil e no exterior.
Sim, vivemos um momento muito difícil. Mas não é hora de sentar num canto e chorar. Deve surgir uma luz no fim do túnel. É impossível que só coisas ruins nos apareçam nas próximas eleições. Precisamos de alguém que governe o Brasil para os brasileiros, não de alguém que assuma o governo do Brasil para beneficiar-se e para proteger os seus apaniguados.