O BEM E O MAL
O bem sempre existiu. O mal sempre existiu. Os bons e o maus sempre conviveram num mesmo espaço. Às vezes, uns vencem e dominam. Às vezes, os outros vencem e dominam. Não há domínio permanente. Não há submissão permanente. Há, ainda, o fato de, às vezes, os bons virarem maus e os maus virarem bons. São casos raros, mas existem. O que existe com maior frequência é acharmos que os maus são bons ou que os bons são maus. São situações históricas e inevitáveis. Independente de nossa vontade, elas sempre existirão. A realidade, então, não é acabar com o mal. Não conseguiremos. Mais racional é evitar que o mal consiga sobrepujar o bem. Se o mal sobrepujar o bem, teremos muitos problemas. Assim, o desejável é lutar para que o bem lidere todas as ações possíveis.
Parece simples, né? Mas não é. Ao contrário, é muito difícil. A dificuldade mais notável é saber o que é o bem e o que é o mal. Para simplificar, poderia dizer que o bem está relacionado às boas ações e que o mal está relacionado às más ações. Simples. Ocorre que o que é uma boa ação para uma pessoa pode representar uma ação má para outras. Outra dificuldade é que, na maioria das vezes, o bem e o mal estão na mesma pessoa. É muito difícil uma pessoa ser apenas boa e outra ser apenas má. Sei que alguns dirão que Deus só tem o bem. Mas vamos falar de seres humanos. Desses que estão atuando na sociedade, nos governos, nos clubes esportivos, nas igrejas, nos supermercados… Em todos os lugares.
Já que é impossível debelar o mal, vamos diminuí-lo com boas ações, para que ele não tenha forças para dominar. E como se faz isso? Em primeiro lugar, anulando suas ações em nós mesmos. Impedindo que esse mal nos domine, atue sobre nós. Depois, ajudar os outros a dominarem o mal. Uns fazem isso com orações. Outros com reflexões. Outros, ainda, fazem isso com ações. Agir para o bem corresponde a aprimorar as suas boas qualidades e a estimular que as boas qualidades dos outros prevaleçam. Na política, por exemplo, como é que se faz isso? Se você se julgar capaz de melhorar a sociedade com a política, participe. Seja atuante. Pode ser candidato a um cargo público ou pode ser um bom eleitor. Atue sempre com empatia. Coloque-se no lugar dos outros e veja o que deve ser feito pelo outro. Impeça que os maus políticos (o mal) vençam os bons. E se os maus políticos já estiverem no poder, dificulte as suas ações.
Há várias maneiras para se fazer isso. A primeira é o exemplo. Seja bom, com boas ações e ideias, e faça-se notar, para que os outros percebam que ser bom vale a pena. Depois, estimule a educação. A educação se faz pelo exemplo e pelos conhecimentos. Um não pode estar dissociado do outro. O bom exemplo auxilia a pessoa a transformar o conhecimento em sabedoria. E essa sabedoria acompanhada do bom exemplo é que transformará o mundo.
Tudo isso é muito difícil, mas não é impossível. É lento, mas pode ocorrer. Não é preciso ter pressa. O bem nunca será perfeito. Portanto, haverá sempre algo a fazer por ele. Mãos à obra!
BAHIGE FADEL