A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Maranhão, vai pedir ajuda à Anistia Internacional para intervir na disputa por terra entre índios e fazendeiros no povoado Bahias, no interior maranhense.
Nessa terça-feira (2), durante entrevista coletiva na sede da Ordem, em São Luís, o presidente da Comissão, Rafael Silva, alertou que a falta de demarcação no estado traz insegurança aos indígenas.
Rafael Silva considera o caso como uma tentativa de massacre.
A disputa por terras é antiga na região onde ocorreu o ataque do último domingo (30). Índios e fazendeiros reivindicam o espaço.
Uma das vítimas, o indígena Francisco Jansen Gamela destacou a relação dos indígenas com a terra.
De acordo com o governo do Maranhão, as investigações para apurar a autoria dos ataques aos índios Gamela começaram com o depoimento de agricultores, posseiros e indígenas que moram no local.
Segundo o Ministério da Justiça, duas equipes da Polícia Federal estão na região de Viana para apoiar as investigações.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) criou um comitê de crise para acompanhar de perto os desdobramentos do conflito. A comitiva também está no local e vai elaborar um relatório sobre a real situação da disputa agrária na região.
No último domingo, uma briga por terras acabou deixando vários feridos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mais de dez índios foram atacados com golpes de facão e pauladas e dois tiveram as mãos decepadas.
Já o governo do Maranhão informa que foram sete feridos e nega a versão das mãos decepadas. O governo do estado afirma que, na verdade, um dos indígenas teve fratura exposta nas mãos, foi operado e continua internado.