A jovem que registrou boletim de ocorrência após ser agredida junto com a irmã por pelo menos cinco rapazes em uma festa universitária em Pederneiras (SP) ainda se recupera dos ferimentos sofridos. Além dos danos físicos, a jovem desabafa que o abalo emocional é difícil de superar.
O evento foi realizado no último sábado (23) em espaço de eventos que fica no distrito de Guaianás e reuniu pouco mais de 3 mil pessoas.
“Eu poderia ter morrido lá. Imagina você ser agredida, pisoteada, levar chute na cara. Eles poderiam ter me matado, um deles me pegou pelo pescoço. Fiquei 13 horas com um colete cervical esperando para fazer exames e no dia seguinte meu nariz ainda sangrava”, lembra a jovem de 25 anos, que pediu para não ser identificada.
A vítima conta que estava com a irmã e mais duas amigas no local e quando foram agredidas, as irmãs estavam procurando as amigas para poderem ir embora. A confusão começou quando ela viu um rapaz agredindo a irmã, de 18 anos.
“Ele estava puxando o cabelo dela, tudo porque ela disse não para ele. Ele não aceitou isso e tentou estuprá-la, começou a puxá-la pelo cabelo e chegou a bater com um copo daquele de plástico duro na cabeça dela. Ela precisou dar pontos. Eu percebi essa situação e fui pra cima dele, começamos a brigar, foi quando chegaram os outros caras.”
A jovem conta ainda que no momento da agressão não havia nenhum segurança próximo e a irmã que teve que correr e pedir ajuda para outras pessoas que estavam na festa. As duas foram encaminhadas para a Santa Casa de Pederneiras, onde realizaram exames e receberam alta no domingo (24).
O G1 conversou com o responsável pela organização do evento e ele informou que todo o apoio foi dado às vitimas.
“A agressão aconteceu bem próximo do ambulatório que foi montado na festa, nós tínhamos toda a estrutura, com duas ambulâncias e um médico no local e todo atendimento pré-hospitalar foi logo feito. E como padrão desse atendimento, nós fizemos o encaminhamento das meninas para o Pronto-socorro para que elas realizassem os exames necessários. E eu fiz questão de ir pessoalmente ao hospital para saber como estava o atendimento, assim como fui também à delegacia, mas fui informado que seríamos chamados depois para prestar depoimento”, explica Michel Andrade, que é proprietário da empresa responsável pela organização da festa.
Sobre a reclamação das vítimas de que os seguranças não agiram no momento da agressão, Michel afirma que tudo foi muito rápido e havia somente uma segurança perto do local da confusão e como houve a aglomeração de várias pessoas ela acionou os outros seguranças via rádio, mas quando eles chegaram os agressores já haviam dispersado.
“Nós estamos empenhados em identificar essas pessoas, nós recebemos várias informações de testemunhas e com as fotos que tiramos do evento, foram mais de 4 mil, havia cinco fotógrafos na festa, vamos tentar identificá-los, até porque não queremos esse tipo de pessoas frequentando nossas festas. É muito triste a gente fazer uma festa pensando no bem, no entretenimento e acontecer uma coisa dessas.”
Michel afirma também que a Polícia Militar foi acionada, mas não foi ao local da festa, somente no hospital para ouvir as vítimas e fazer o registro da ocorrência. Ainda segundo o organizador, o local não há câmeras que poderiam ter flagrado a agressão. De acordo com a prefeitura de Pederneiras, o local da festa tem alvará funcionamento válido até maio de 2018.
O caso foi registrado na delegacia como lesão corporal, no entanto até esta quarta-feira (27) nenhum agressor havia sido identificado e nem as jovens e nem os organizadores da festa foram chamados para prestar depoimento. O delegado responsável pelo caso, Adriano Crês, disse que não há um prazo para ouvir os envolvidos, mas o caso já foi encaminhado para investigação.
Fonte: G1