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Problemas e Vícios, por Bahige Fadel

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PROBLEMAS E VÍCIOS

Eu ainda não consegui ter certeza da real situação do Brasil. Não sei se o país está com um problema muito sério ou se tem um vício – que também é um problema – do qual não consegue se livrar. Se é um problema de saúde, por exemplo, em primeiro lugar, tem que ir a um médico, para se ter uma orientação segura. A gente não pode ir tomando remédio a torto e a direito, sem saber se aquilo está fazendo bem ou mal. Se é um vício, em primeiro lugar, a gente tem que ter vontade de se livrar dele. Depois que a gente se propõe a livrar-se do vício, tem que avaliar qual é o nível de capacidade que temos de nos livrar dele. Se for algo muito grave, precisamos recorrer a especialistas e, muitas vezes, a remédios fortíssimos. Caso contrário, dificilmente teremos sucesso e as coisas podem, até, piorar.

É aí que não tenho certeza da situação do Brasil. Que ele tem um problema muito sério ninguém tem a menor sombra de dúvida. Só que os responsáveis pelo país, aqueles que foram eleitos para solucionar os problemas, parecem não estar dispostos a encontrar a solução. Ficam com paliativos, para mascarar a realidade. Querem acabar com a dívida da Previdência, mas não aceitam os remédios necessários. Querem acabar com o déficit, mas não querem acabar com os privilégios. Afinal de contas, eles não governam para o Brasil, mas para se sustentarem no poder. E para eles, ‘infelizmente’, no regime democrático há eleições. E para eles se sustentarem no poder, não podem abrir mão dos privilégios, que lhes dão meios de ganharem as eleições.

            Por outro lado, ao que tudo indica, o Brasil tem um grande vício. O vício da corrupção parece estar enraizado e com metástases por todo organismo. Não vai ser fácil debelá-lo. Em primeiro lugar, é preciso saber se querem mesmo acabar com esse vício ou se só estão jogando para a galera. É para valer ou é faz-de-conta? Em qualquer tentativa, colocam obstáculos. Tiram poder de quem poderia resolver certas situações e depois dizem que é para a manutenção da democracia. Não há democracia que resista num país doente. Se queremos preservar, de fato, a democracia, temos que ter um país saudável, que possa produzir, desenvolver-se, gerar empregos, criar segurança para sua população e estabelecer com o povo uma relação de confiança.

Se não for assim, a situação só tenderá a piorar. Mas o que nos entristece é que muita gente parece estar satisfeita com isso, muita gente parece estar torcendo para que a situação piore mesmo. É que os vermes só se alimentam da podridão. E quanto mais podre estiver a situação mais alimentados eles ficarão.

BAHIGE FADEL

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