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PSDB expulsa vereador por ocupar cargo na prefeitura

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Diretório municipal do partido diz que ele infringiu regras do estatuto; parlamentar irá recorrer à Executiva Estadual

O vereador licenciado André Paccola Sasso, o Cagarete, que ocupa desde janeiro cargo de diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda na prefeitura de Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), foi expulso do PSDB em processo de desfiliação conduzido pelo diretório municipal do partido. O órgão é presidido pelo candidato derrotado nas eleições municipais de 2016, José Antônio Marise. Sasso já adiantou que irá recorrer à Executiva Estadual por entender que agiu conforme as regras da legenda.

O vereador, que foi o mais votado do PSDB nas duas últimas eleições, conta que, logo após a vitória de Anderson Prado de Lima (Rede), o líder da bancada e atual presidente da Câmara, Manoel dos Santos Silva, o Manezinho, convocou uma reunião com o prefeito eleito. “Nessa reunião, o prefeito eleito falou que queria fazer um governo de coalizão e fez um convite a mim para ocupar uma diretoria”, conta.

“Eu conversei com as lideranças de Lençóis, com o grupo de pessoas que me ajudou na campanha, e eles entenderam que era válido eu participar, que era bom para a cidade para deixar o partido vivo dentro da cidade”. De acordo com Sasso, a então prefeita da cidade, Bel Lorenzetti, que é coordenadora regional do partido, também não teria colocado obstáculos à sua intenção de integrar o atual governo.

No dia 15 de novembro, o parlamentar conversou com Marise, presidente local do PSDB. “Ele falou para eu esperar, que era uma decisão que não precisava ser tomada agora”, revela. Sasso conta que, seguindo o estatuto da legenda, no dia 5 de dezembro, fez pedido por escrito ao diretório municipal para integrar o atual governo. “O partido não me respondeu”, afirma. No dia 1 de janeiro, ele foi nomeado diretor.

“No dia 5 de janeiro, foi feita uma reunião e, nessa reunião, negaram a participação minha no governo”, diz. Um processo foi aberto pela Comissão de Ética e Disciplina do diretório local e, no último dia 18, por 14 votos a nove, com um voto em branco, ele foi expulso do partido. O vereador informa que irá recorrer à Executiva Estadual. “Eu não fiz nada de ilegal e nem de irregular em relação ao partido”, argumenta.

LEGAL

O presidente do PSDB em Lençóis Paulista sustenta que o processo que resultou na expulsão de Sasso foi legal. “Ele contrariou uma norma do estatuto do PSDB que diz que, qualquer filiado, caso queira integrar um governo do qual o partido não participe, deve antes pedir autorização à Comissão Executiva, não podendo aceitar o cargo se não for autorizado”, declara.

“Como ele aceitou sem essa autorização, dentro de um processo tocado pela Comissão de Ética, ele foi desfiliado por votação dentro do diretório municipal, que é composto por 33 membros titulares e 11 suplentes. É uma decisão de cunho legal”.

Segundo Marise, cabe recurso à Executiva Estadual. “É importante a gente ressaltar que essa decisão se deve simplesmente à atuação dele como filiado e, de forma alguma, atinge sua atuação como cidadão o que, evidentemente, não estava sendo questionada”.

Como fica o mandato?

O presidente do diretório municipal do PSDB em Lençóis Paulista, José Antônio Marise, adianta que, se a expulsão de André Sasso se confirmar após todas as chances de recurso, o partido deve requerer sua cadeira no Legislativo. “Há o entendimento de que o mandato pertence ao partido. O vereador é eleito em uma eleição proporcional, onde o número de cadeiras é determinado pelo número de votos que a coligação teve”, afirma. “Se houver um recurso por conta dele, nós vamos aguardar a decisão do recurso”.

JCNet

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