A relutante aposentadoria de Felipe Massa da Fórmula 1 no final de 2016 durou questão de semanas e agora, tendo recebido um novo sopro de vida na Williams, o brasileiro não tem pressa para pendurar seu capacete novamente.
Único sul-americano no grid de largada, Massa já olha mais à frente do que 2017.
O exemplo de Valentino Rossi, ídolo italiano que lidera o campeonato MotoGP aos 38 anos, dá esperança à crença de que aos 36 – o aniversário de Massa foi na terça-feira – ele ainda tem o tempo a seu favor.
“Infelizmente não estou liderando o campeonato, mas estou aqui, lutando e indo bem”, disse Massa à Reuters em entrevista antes do Grande Prêmio da Rússia, no domingo.
“Estou 100 por cento concentrado nesta temporada mas… se eu puder correr ainda em bom nível para uma boa equipe, então posso correr outro ano”.
“Se me sinto confortável, se sinto que estou fazendo um bom trabalho, e sou importante para muitas pessoas também, por que não? Me sinto em forma; estou com forma melhor agora do que em todos os meus anos na Fórmula 1”, acrescentou.
“Não sabia como estaria neste carro, então para ter certeza estava treinando muito, muito duro e tentando também ganhar um pouco de músculos e me sinto muito bem.”
DESPEDIDA EMOTIVA
No ano passado, a carreira de Massa na Fórmula 1 parecia ter chegado ao fim após 11 vitórias, todas com a Ferrari, em 14 temporadas.
Ele não vence uma corrida desde que terminou com o vice- campeonato de 2008, um golpe que rendeu muitos admiradores ao brasileiro pela maneira que aceitou o triunfo de Lewis Hamilton.
Lutando após ferimentos quase fatais na cabeça, depois de ser atingido no capacete por uma mola que saiu do carro do compatriota Rubens Barrichello nas classificatórias do Grande Prêmio da Hungria, ele trocou a Ferrari pela Williams em 2014.
Mas com o time pronto para assinar com o novato canadense Lance Stroll, e Valterri Bottas com um ano restante em seu contrato, Massa recebeu uma despedida emotiva.
Então o recém-coroado campeão mundial Nico Rosberg anunciou sua inesperada aposentadoria, a Mercedes teve Bottas como alvo para substituir o alemão e Massa estava de volta às pistas.
Se muitos viram o brasileiro como um tampão, um par de mãos seguras aproveitando os últimos momentos antes de abrir espaço para um substituto a longo prazo, Massa possui outras ideias.
“Sempre fui muito claro… Eu fico na Fórmula 1 por uma equipe que eu acredite ser profissional, que eu possa desfrutar estar junto e ser importante nela também”, disse. “Ainda acredito que posso fazê-lo e estou fazendo”.
A importância de Massa para a Williams, que tem motor da Mercedes, tem sido evidente nesta temporada.
Ele marcou todos os pontos da equipe, duas sextas posições em três corridas, sendo o máximo que pode ser esperado para condições normais, dado a lacuna que separa a campeã Mercedes, a Ferrari e a Red Bull do resto.
Por Alan Baldwin (Reuters).