Em um mundo cada vez mais acelerado e competitivo, é comum que as pessoas enfrentem desafios relacionados à saúde mental. Mais do que apenas o cansaço causado pela rotina de trabalho, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional, caracterizado por sintomas físicos, emocionais e cognitivos, tendo como origem o ambiente laboral.
Alguns comportamentos individuais podem ajudar a prevenir o desenvolvimento do burnout. A psicóloga Sabrina Tardin Abreu, do time de atendimento psicológico da Amparo Saúde, empresa de atenção primária à saúde do Grupo Sabin, recomenda a adoção de um estilo de vida com hábitos mais saudáveis que favorecem a saúde mental e física.
“Podemos citar, por exemplo, atividades de relaxamento, qualidade do sono, exercícios físicos, hobbies, prática da fé, independente da religião que ela pratique, conexões sociais, com vizinhança, familiares e amigos, alimentação moderada, como também o próprio equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Isso tudo passa por uma boa gestão do tempo, definição de metas realistas, divisão de tarefas, sempre que possível, e o apoio de colegas, amigos ou profissionais de saúde mental para compartilhar preocupações e receber suporte”, conclui.
Essa é uma realidade que afeta a saúde e bem-estar de muitos profissionais em todo o mundo. “Existem pessoas que vão resistindo e arrastando o quadro por muito tempo. E aí surgem manifestações extremas até que essas pessoas conseguem buscar ajuda, seja por iniciativa própria, encaminhamento da empresa ou conselhos de pessoas próximas. Algumas vezes, será necessário o afastamento do trabalho”, destaca.
A especialista explica que algumas características e sintomas são semelhantes a outros quadros clínicos, por isso, somente um profissional de saúde mental poderá distinguir um quadro típico de Burnout. “Toda vez que o indivíduo começa a apresentar ansiedade, depressão, tristeza profunda, irritabilidade, a pessoa deve alertar que algo não vai bem. São sinais para buscar ajuda. Todo sintoma, por pior que ele seja, é um pedido de realinhamento do indivíduo”, reflete.
A psicóloga ainda esclarece que o corpo pode apresentar desde sinais físicos a emocionais. “A Síndrome de Burnout pode gerar dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais, alteração nos batimentos cardíacos, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, dificuldades de concentração, entre outros”.
Por isso, reconhecer os sinais precoces e buscar tratamento adequado são passos essenciais para superar esse desafio. “Como todo processo de adoecimento, quanto antes diagnosticada a síndrome, mais fácil de ser tratada. Com o acompanhamento adequado, a pessoa que sofre com burnout tem a chance de ressignificar a vida e, inclusive, viver melhor do que antes desse quadro”, completa.
As abordagens de tratamento podem incluir psicoterapia, mudanças no ambiente de trabalho para modificar fatores que contribuem para o esgotamento, medidas de autocuidado, com foco em estratégias de relaxamento, como mindfulness, meditação e técnicas de respiração. Em alguns casos, medicamentos podem ser recomendados para tratar sintomas específicos, como ansiedade ou insônia.