Alunos foram investigados após denúncia apontar que suas autodeclarações de cor eram falsas; campi dos desligados não foram informados
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) irá expulsar hoje 27 estudantes, cujas autodeclarações de cotas, envolvendo pretos e pardos, não foram confirmadas nem pelas comissões locais, nem pela Comissão Central de Averiguação das Autodeclarações da instituição. Os nomes serão publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo de hoje, confirma o professor Juarez Xavier, presidente da comissão central e assessor da Pró-Reitoria de Extensão Universitária.
De acordo com ele, como o processo corre sob sigilo, não há informações sobre os campi em que estão matriculados. “O Conselho Universitário foi informado hoje (ontem) sobre o desligamento pelo vice-reitor da Unesp Sérgio Nobre”, acrescenta Juarez. Ele ressalta que a universidade deu amplo direito de defesa aos avaliados, inclusive criando setores de redundância (conselhos locais e o central). “A análise foi feita caso a caso, de forma individual”, explica.
Foram levados em consideração critérios relacionados ao fenótipo, ou seja, características como cor de pele e tipo de cabelo. A universidade dará continuidade às verificações, como forma de assegurar a efetividade da política pública de inclusão, destaca o professore. Passaram pela análise os aprovados no vestibular desde 2014.
As comissões de averiguações foram criadas após denúncias de falsas declarações entre candidatos cotistas em 24 municípios. Conforme o JC já divulgou, atualmente, 50% das vagas são reservadas para alunos de escola pública e, dentro desse grupo, 35% para pretos, pardos e indígenas.