Vamos começar. Tomara que eu comece bem. Primeiro artigo é que nem estreia em qualquer modalidade. Dá aquele friozinho na barriga. Ainda mais quando a gente não conhece bem o tipo de leitor. Não sabe direito qual estratégia deve ser adotada, se deve ser light ou pesada. Não sei. O tempo dirá. O negócio é que um amigo vem e me pede um artigo, uma crônica. Como dizer não? Se eu falar que é falta de tempo, vai saber que é mentira. Então, lá vai!
Desde o tempo de Pero Vaz de Caminha, existe essa frase: A propaganda é a alma do negócio. E ele acreditava nisso. Tanto é verdade que, assim que chegou à Ilha de Vera Cruz, hoje conhecida como Brasil, mandou uma carta para Dom Manuel, o venturoso, dizendo que a terra descoberta era maravilhosa, que em se plantando, tudo dá. Foi a primeira propaganda feita neste país.
Com base nisso, o Brasil virou o paraíso dos marqueteiros. Qualquer coisinha chulé, com uma boa propaganda, vira artigo de luxo. É uma coisa de louco. Já começa por este parágrafo que estou escrevendo. Escrevi ‘coisinha chulé’ e todo mundo entendeu. Já pensaram se, para dizer a mesma coisa, eu escrevesse que ‘qualquer artefato com podobromidrose vira artigo de luxo’? Não causaria impacto nenhum. Mas ‘coisinha chulé’ chega à alma do leitor. Coisa de marqueteiro. E olhe que nem marqueteiro eu sou.
Estou explicando isso, para me referir à propaganda avassaladora que o governo federal está fazendo sobre a reforma do ensino médio. Parece que vai ser uma coisa do outro mundo. Na propaganda, parece. São jovens sorridentes que estão vendendo o peixe para o governo. E a turma está acreditando. Posso dizer que estão vendendo gato por lebre. Não há reforma que vingue, em educação, se não se melhorar o principal: o professor. Todos os países que se superaram em educação, priorizaram o educador. Ele é que deve ser o centro das atenções, para que as grandes ideias da propaganda possam ser colocadas em prática. Caso contrário, será só propaganda. E continuaremos com os piores índices do mundo.