Agora que as eleições acabaram, vamos fazer um acordo de cavalheiros. É bom que fique claro o seguinte: para haver um acordo de cavalheiros, é indispensável que haja cavalheiros. Espero, sinceramente, que você seja um deles. O cavalheiro é gentil, fino, cortês, amável, elegante, simpático… Então, use todos esses atributos para que o acordo possa dar certo.
Em primeiro lugar, os integrantes do partido PQPM –Partido do Quanto Pior Melhor – podem tirar umas férias intermináveis. Não tenham pressa de voltar. Ninguém precisa de vocês. Nem o Brasil nem o governo. Vocês são totalmente inúteis no trabalho de conduzir o país para um lugar melhor. Peguem suas malas, seu protetor solar, suas tralhas todas e vão embora, sem data para voltar. O Brasil precisa de pessoas para consertar, não para quebrar.
Então, estamos certos. Tudo combinado. Ninguém precisa dos integrantes do PQPM. Bye!
Em segundo lugar, que poderia ser o primeiro ou o terceiro, não importa, os opositores, isto é, aqueles que não votaram no candidato vitorioso, têm que dar tempo ao tempo. É que há gente já criticando o novo governo, que nem assumiu o poder, ainda. Pode? Parece que algumas pessoas acham que, no Brasil, tudo pode. Não é assim. Na democracia, é desse jeito. A gente tem o direito de ser a favor ou contra. Tem o direito de elogiar e criticar. Tem o direito de ir às ruas para apoiar ou para pedir mudanças. O que não pode é, sem nenhuma base, ser um profeta político e dizer, agora, que não vai dar certo, só porque quem assumirá o governo não é aquele em quem você votou. Que graça há nisso? Nenhuma.
O Brasil precisa retomar o desenvolvimento, reduzir suas dívidas, acabar com a epidemia da corrupção, que mina as energias de toda nação, restabelecer a credibilidade no governo e melhorar vários setores, como a educação e a saúde. É tarefa para o Super-homem, Thor, Homem-Aranha, o Fantasma, o Zorro, Mandrake (sim, vamos precisar de alguma mágica) e todo povo brasileiro. E as coisas não serão resolvidas amanhã. Vamos ter que ter muita paciência e determinação. Os vilões do Brasil são muito poderosos e estão organizados. Serão necessárias estratégias inteligentes para vencê-los.
Não, não me esqueci dos que estão do lado dos vitoriosos. A responsabilidade desses é muito grande. Vamos parar de oba-oba, que a festa acabou. Tudo bem, já comemoraram a vitória, já tiraram um sarrinho dos derrotados, já se divertiram. Agora, a diversão acabou e vai começar o trabalho. A tarefa deverá ser de colaboração e de fiscalização. Votou no vitorioso? Agora é hora de colaborar com ele e fiscalizar suas ações.