Durante a 2ª Fase do XXXVI Congresso de Iniciação Científica (CIC) da Unesp, uma estudante do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) conquistou um importante reconhecimento. A aluna Manuela Almeida e Silva, graduanda do curso de Ciências Biológicas, foi premiada com o 3º melhor trabalho na área de conhecimentos específicos em biológicas.
O tema desta edição do CIC da Unesp foi “Ciência em tempos de crise climática e social”. Ao todo, 290 alunos passaram para a segunda fase do Congresso, sendo 278 da Unesp e 12 de demais universidades do Estado de São Paulo. O IBB teve 11 discentes classificados. A pesquisa conduzida por Manuela abordou o tema: “Estudo da regeneração muscular em lesão nervosa periférica após neurorrafia associada ao biopolímero heterólogo de fibrina”. Ela foi orientada pela professora Selma Maria Michelin Matheus, docente do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional – Setor de Anatomia.
A estudante iniciou sua trajetória na ciência em 2018, quando ainda estava no ensino médio, como PIBIC Jr. O programa tem o intuito de despertar a vocação científica e incentivar potenciais talentos entre estudantes do Ensino Médio e Profissional, mediante sua participação em atividades de pesquisa científica ou tecnológica, orientadas por docente ou pesquisador qualificado, nas Faculdades e Institutos da Unesp.
Foi nesta época que Manuela teve o primeiro contato com experimentos laboratoriais e com as áreas de Morfologia e Morfometria, sob a orientação da professora Selma. “Me lembro que acompanhei uma doutoranda da professora Selma, que pesquisava sobre o efeito antioxidante da vitamina E sobre o diafragma após o uso de agrotóxico. Foi quando descobri que, além de uma vocação enorme, eu tinha muita vontade de fazer ciência, entender o conhecimento, questionar e ir atrás das informações”, destaca a aluna premiada.
Em 2020, Manuela concluiu o ensino médio, mas por conta da pandemia preferiu esperar para prestar vestibular. A aluna queria vivenciar tudo que o ensino superior pudesse lhe proporcionar, mas presencialmente. Em 2021, disputou uma vaga na graduação em Ciências Biológicas, modalidade Licenciatura no IBB/Unesp, já com intenção de fazer também o Bacharelado. Seu objetivo era ter à disposição uma grade ampla de horários para poder se dedicar à pesquisa.
Em 2022/23, participou do projeto de extensão do Museu de Anatomia, quando pôde dar aulas sobre os sistemas genitais feminino e masculino, métodos contraceptivos e IST para estudantes vindos da região de Botucatu. Participou também do projeto “Venha Conhecer o IBB”, do qual foi monitora, sempre sob coordenação da professora Selma.
Em 2023, decidiu fazer Iniciação Científica durante a graduação, sem bolsa de estudos e paralelamente com o projeto de extensão do Museu de Anatomia. Em meados de 2024, conseguiu bolsa de iniciação científica Fapesp e encerrou suas atividades no Museu.
E foi então que se inscreveu no CIC da Unesp e conquistou o prêmio de 3º melhor trabalho na área de conhecimentos específicos em biológicas.
Sobre o estudo destaque – O trabalho apresentado e premiado se refere ao efeito do biopolímero heterólogo de fibrina (BHF), produzido pelo Centro de Estudos e Venenos de Animais Peçonhentos (Cevap) da Unesp Botucatu, associado a sutura após lesão nervosa periférica (LNP). O BHF potencializa a recuperação do nervo e na sequência a do músculo esquelético. O estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla que envolveu a bolsa de IC (Fapesp ) da aluna Manuela, o doutorado do aluno Felipe Cantore Tibúrcio e o mestrado do aluno Kevin Silva Muller. Os resultados observados com o uso do BHF são promissores, contribuindo para seu uso como terapia coadjuvante nas LNPs.
“Tive a honra e o mérito – que são frutos de muita dedicação- de ir para a segunda fase do Congresso de Iniciação Científica da Unesp. Estou muito feliz e realizada, grata por ver que todo meu processo até aqui tem valido a pena. Um mérito que não é só meu. Divido com a equipe do laboratório de interação neuromuscular, com a minha orientadora, professora Selma, meu co-orientador Felipe Cantori e do meu outro coorientador Kelvin. Eles sempre estiveram dispostos a me ajudar. Muito obrigada! E um agradecimento especial também à Unesp pela oportunidade que dá a nós, jovens pesquisadores e possíveis futuros grandes cientistas!”, finaliza Manuela.