O brasileiro terá que trabalhar por 40 anos para conseguir receber o teto da aposentadoria, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O ministro explica que a reforma vai alterar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos e o tempo mínimo de contribuição para 15 anos, mas quem decidir solicitar o benefício respeitando esses critérios receberá apenas 60% do valor total do benefício.
“O tempo mínimo de contribuição da proposta original era de 25 anos. Agora, ele passa para 15 anos. Mas quem contribuir por 15 anos e atingir a idade mínima receberá 60% do teto da aposentadoria. Isso vai subindo devagar e só atinge os 100% do teto quando chegar a 40 anos de contribuição. Tem um incentivo para as pessoas trabalharem um pouco mais. O cidadão que, por exemplo, começou a trabalhar com 25 anos e ficar no mercado por 40 anos já terá condições de receber o teto”, explica Meirelles.
Depois do encontro realizado nesta quarta-feira, 22, pelo presidente Michel Temer com governadores de todo o país, o ministro fez questão de afirmar que as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada, o BPC. Segundo ele, isso vai beneficiar a população mais pobre. Para ele, as mudanças nas regras de aposentadoria também favorecerão essa faixa dos brasileiros. “Hoje, os 20% que ganham menos na população não conseguem contribuir por 35 anos porque não trabalham com carteira assinada. Por isso, os mais pobres tendem a se aposentar com 65 anos. Dentro da proposta, nos primeiros dois anos de pós reforma, a idade passa para 55 anos, vai subindo devagar e só em 20 anos chegará a 65 anos. O que significa que é um benefício para os mais pobres”, declarou.
Economia – as mudanças propostas pela reforma da Previdência serão capazes de economizar R$ 480 milhões em 10 anos, de acordo com Meirelles. A proposta original, antes das alterações, previa economia de cerca de R$ 800 bilhões.