Há 31 anos, um acidente em Goiânia com o mesmo material provocou o maior acidente radioativo do Brasil. Cápsula foi recolhida pela vigilância sanitária
Uma cápsula de Césio-137, utilizada em equipamentos de Raio-X, foi encontrada em um ferro-velho nesta terça-feira (22) na cidade de Arapiraca, distante 136 Km de Maceió, capital de Alagoas. O material é uma substância radioativa e perigosa para a saúde quando removida de dentro da cápsula.
O material foi recolhido pela vigilância sanitária da Prefeitura de Arapiraca após uma denúncia anônima. O dono do ferro-velho entregou o objeto imediatamente quando foi informado dos riscos em manusear a cápsula -que não foi aberta.
“Ela fechada não tem perigo nenhum, mas se tivesse sido aberta as pessoas correriam risco de contaminação. Conseguimos evitar uma tragédia como a que houve em Goiânia há 32 anos”, afirmou Edilson Melo, coordenador da vigilância sanitária na cidade.
Segundo a Prefeitura de Arapiraca, o objeto deveria ter sido entregue a uma empresa especializada na manutenção dos equipamentos de raio-X, para ser descartado em um local adequado.
“Se a empresa que fez o descarte incorreto for identificada, poderá responder criminalmente pelo fato de ter colocado a comunidade em risco”, alertou a Prefeitura.
No Brasil, o lixo radioativo similar ao encontrado é guardado por até 300 anos em locais determinados pela CNEM (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Acidente com Césio 137 em Goiânia
Em setembro de 1987 uma cápsula de Césio-137 foi aberta em Goiânia (GO) e resultou no maior acidente radioativo da história Brasil. Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram com sequelas como câncer, hipertensão e outros problemas de saúde.
O material teria sido encontrado em uma clínica abandonada e foi levado para um ferro-velho, quando foi aberto. O Bário, material químico dentro da cápsula, foi exposto, e despertou a atenção por ser um pó azulado e fosforescente e acabou contaminado um considerável número de pessoas.