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Compra de Asfalto: defesa de João Cury pede prescrição, Juiz não aceita. Bloqueio de bens permanece

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Bloqueio de bens de João Cury e demais réus está relacionado a processo que pede o ressarcimento de R$ R$ 2.776.208,31 aos cofres públicos. TCE aponta  treze falhas cometidas entre a Prefeitura e a Vale do Rio Novo.

A defesa do ex-prefeito João Cury e de outros nove investigados por danos ao erário pediu à Justiça que o caso fosse prescrito, entretanto o Juiz Marcus Vinicius Bachiega determinou que ação prossiga. A publicação é do dia 27 de fevereiro e dá mais 15 dias úteis para os réus apresentarem as alegações finais de defesa.

A publicação cita que, ‘o julgador rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (…). Entretanto, por ora não se vislumbra a ocorrência de nenhuma dessas causas, pois, ao menos em tese, os fatos descritos na petição inicial, os quais estão amparados nos documentos que a acompanham, configuram atos de improbidade administrativa’.

Em outro trecho o documento destaca que “Afasto também, desde logo, a arguição de prescrição apresentada pelos réus”. “Prevalece o entendimento de que a ação de reparação de danos ao Erário decorrentes de improbidade administrativa, a teor da parte final do §5º, do artigo 37, da Constituição Federal, é imprescritível”, prossegue o despacho.

Entenda o caso – Em agosto de 2017, o Juiz de Direito Marcus Vinícius Bachiega acatou o pedido do Ministério Público Estadual e decretou liminarmente, o bloqueio dos bens do ex-prefeito João Cury e mais 10 pessoas. São servidores, ex-servidores e três representantes da empresa Vale do Rio Novo.

Segundo o tribunal, a compra de 8750 toneladas de massa asfáltica- entre a compra inicial e os posteriores aditamentos – resultou em prejuízo estimado em R$ 2,776 milhões (valores corrigidos por índices monetários).

Segundo consta no processo, em fevereiro de 2009, foi requisitada pelo então secretário de obras, Edison Bertani, a abertura de processo licitatório para a aquisição de 7 mil toneladas de massa asfáltica do tipo CBQU (concreto betuminoso usinado a quente) – um dos tipos mais utilizados na pavimentação de ruas e rodovias. Em maio, fecha-se contrato com a Vale do Rio Novo, sediada em Avaré (representada por Asiz Haddad) para o fornecimento do produto, por R$ 1,358 milhão.

De acordo com o TCE, não houve justificativa para a aquisição da massa asfáltica, fato que foi apresentado pela própria Prefeitura ao tribunal. Ainda no processo movido pelo Ministério Público, não houve justificativa para a definição do tipo de massa asfáltica adquirida, nem para a quantidade comprada (7 mil toneladas). Para o TCE, era possível determinar o tipo de asfalto a ser comprado, “com variação de qualidade e preço, sendo preciso escolher o tipo de acordo com a resistência e durabilidade desejadas para a obra em que será utilizada”.

Mesmo sem a caracterização do asfalto, foi dado início ao processo de compra pela Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de Botucatu. No decorrer da licitação foram, segundo o TCE, apresentados três orçamentos para a concorrência. Aponta ainda que, duas propostas não tinham data nem assinatura, os três orçamentos possuíam valores idênticos, com os exatos R$ 1,4 milhão e valor unitário de R$ 200. Outras irregularidades apontadas foram a não apresentação do tipo de massa asfáltica, e simulação de pesquisa de preços.

Outro dado que é embasado pelo Ministério Público é que, das “três empresas supostamente consultadas, a Transvale é de propriedade dos mesmos sócios da Vale do Rio Novo, empresa vencedora do certame”.

Mesmo com as irregularidades apontadas pelo TCE, o contrato com a Vale do Rio Novo foi assinado em 14 de maio de 2009, para o fornecimento parcelado de 7 mil toneladas de massa asfáltica, no prazo de 11 meses. O valor total de aquisição foi de R$ 1,358 milhão.

Ainda conforme consta no processo movido pelo MP, em setembro de 2009 foi solicitado o aditamento de contrato em 12% e, de acordo com o documento, não houve justificativa ao pedido. Isso ocorreu após indagação da Procuradora do Município à época, Noeli Vicentini.

A alegação da Prefeitura foi que “as fortes chuvas atípicas para o período acabaram danificando a pavimentação asfáltica do município”. A resposta não retornou para a procuradora, passando então a ir diretamente ao assessor de Negócios Jurídicos da Prefeitura, Fábio Valentino, que emitiu parecer pela legalidade do aditamento.

O primeiro aditamento ocorreu em 10 de novembro de 2009, para o fornecimento de mais 840 toneladas de massa asfáltica, com o valor de R$ 162.960. O fato passou a ser questionado pelo TCE já que, “ainda havia metade do prazo do contrato para ser cumprido, o que supõe que ainda existiam produtos suficientes a serem entregues. Por certo, somente próximo ao final do contrato se poderia estimar alguma falta”, aponta o processo movido pelo Ministério Público.

Em janeiro de 2010, foi solicitado novo aditamento para a compra do produto, com a mesma  justificativa, a de que “fortes chuvas acabaram danificando as ruas em nosso Município”. O acréscimo solicitado para o contrato foi de 13%. Isso fez com que a empresa vencedora fornecesse mais 910 toneladas de massa asfáltica pelo valor de R$ 176.540. O processo foi autorizado por Luiz Augusto Felippe com o parecer do então assessor jurídico, Maurício Sérgio Passaroni.

São listadas treze falhas cometidas entre a Prefeitura e a Vale do Rio Novo no contrato de aquisição da massa asfáltica. Entre elas, conforme o TCE, estão “a falta de planejamento da utilização do material pela Prefeitura e de controle efetivo da entrega do produto, comprovando que a fiscalização não foi efetivamente realizada pelos responsáveis”. Também são apresentadas como falhas a “não emissão de ordens de serviço pela Secretaria Municipal de Obras, determinando os locais, horários e quantidades da entrega parcelada do material”; documentos mencionados como nota fiscais com números repetidos; ausência de listagem para a totalidade dos períodos.

Outro dado apresentado é que, no decorrer do contrato, muitos tíquetes de balança foram expedidos não pela “Vale do Rio Novo”, empresa vencedora do certame, mas pela Transvale, empresa que, segundo o TCE, é dos mesmos sócios da Vale. Segundo o tribunal, a Transvale teria apresentado cotação para o orçamento no processo licitatório, mas não ofereceu a proposta final. “Tudo a indicar a infringência ao princípio da economicidade (…) pois como a Transvale produz a mistura, naturalmente seus preços teriam que ser melhores do que os de outra empresa que adquire dela e depois repassa para a Prefeitura”.

São requeridos no processo, além do ex-prefeito João Cury, o atual vice-prefeito André Peres, o ex-secretário de Obras, Edson Bertani; o ex-secretário de negócios jurídicos Fábio Valentino; o ex-assessor Jurídico Maurício Passaroni; ex-secretário de Administração Luiz Augusto Felippe; o atual vice-prefeito e ex-secretário de Obras André Peres; a servidora Andréa Cristina Panhin Amaral, e o servidor Flávio de Paula Presti; além dos representantes da empresa, Ademar Guido Belinato, Ademir Carlos Belinato, Asiz George Haddad e a própria empresa Vale do Rio Novo Engenharia e Construções LTDA.

Outro Lado – O ex-prefeito João Cury foi procurado e até o momento não retorno o contato da reportagem.

 

 

 

 

 

 

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EMA celebra 20 anos dedicados à educação ambiental

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A Escola do Meio Ambiente (EMA) de Botucatu completou no último sábado, 12 de abril, seus 20 anos de dedicação à educação ambiental em Botucatu. Desde 2005a EMA tem sido um espaço dedicado à conscientização ambiental que proporciona experiências transformadoras para crianças, jovens e adultos.

Vinculado à Secretaria de Educação, a EMA se tornou referência no município, promovendo conhecimento e encantamento por meio de trilhas, atividades ao ar livre e vivências na natureza.

Localizada no Jardim Aeroporto, a Escola do Meio Ambiente está inserida em um ecótono, uma zona de transição entre dois importantes biomas brasileiros: a Mata Atlântica e o Cerrado. Além disso, a área abriga nascentes do Ribeirão Lavapés e a Represa Professor Jorge Jim, reforçando sua importância para a preservação dos recursos hídricos da cidade.

Para celebrar os 20 anos de educação e conscientização ambiental, foi plantado um jequitibá-branco, árvore símbolo de Botucatu, em uma cerimônia na última quarta-feira, 16 de abril.

“Nesses vinte anos, nossa missão sempre foi a de estabelecer um vínculo amoroso entre nossos visitantes e a EMA, afinal, infinito é o valor da vida. Que os próximos anos sigam sendo de encantamento, de transformação e de profunda conexão com tudo o que vive”, destacou a professora Eliana Gabriel, diretora da Escola do Meio Ambiente.

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Hospital do Bairro completa 100 cirurgias

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Marca foi alcançada nesta última terça-feira, 15

O Hospital do Bairro de Botucatu (HBB) chegou nesta terça-feira, 15 de abril, na marca de 100 cirurgias realizadas desde a reativação do hospital, no dia 10 de março. É um marco que enche Botucatu de orgulho e que promete ser ainda mais eficiente para diminuir a fila das cirurgias na cidade.

Ao todo, mais de 50 profissionais de saúde já foram devidamente capacitados e orientados para o início das operações nesse tradicional hospital do nosso município.

Depois de cerca de 15 anos fechado, o Hospital do Bairro volta a ser um importante mecanismo da saúde pública da cidade, responsável por procedimentos de baixa e média complexidade dos pacientes encaminhados pelas Unidades de Saúde.

Nesse período das 100 primeiras cirurgias, foram realizados procedimentos de urologia, dermatologia, cirurgia vascular, oftalmologia e gastrocirurgia. E o trabalho não para por aqui: agora serão iniciados os procedimentos de mais demanda e maior complexidade, como cirurgias de vesícula, hérnia e catarata.

O Hospital do Bairro reforça o compromisso com a saúde de Botucatu e segue ampliando a quantidade de cirurgias por dia e priorizando os atendimentos às maiores necessidades da população botucatuense.

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Botucatu

Sebrae-SP realiza treinamento de Agentes Locais de Inovação em Botucatu

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O método oferece às empresas um caminho prático e estratégico para crescer com base na inovação

O Sebrae-SP promoveu, na última semana, em Botucatu, o treinamento de 19 novos Agentes Locais de Inovação (ALI) que atuarão nas regiões de Botucatu, Ourinhos e Itapeva durante os anos de 2025 e 2026. A capacitação teve duração de cinco dias e marcou o início da nova fase do programa ALI Produtividade, que será oferecido a partir de maio para micro e pequenas empresas dessas localidades.

A formação foi conduzida com base na metodologia do ALI Produtividade, que tem como foco o aumento da competitividade das empresas por meio da implementação de soluções inovadoras em processos, produtos e serviços.

De acordo com Fernando Moraes, facilitador do Sebrae-SP e representante do Escritório Regional do Sudoeste Paulista, o método oferece às empresas um caminho prático e estratégico para crescer com base na inovação. “A metodologia inclui autodiagnósticos que ajudam a reconhecer fragilidades e desafios internos, permitindo a construção de soluções personalizadas. A ideia é aumentar o faturamento, reduzir custos e implantar melhorias com foco em inovação e produtividade.”

Durante os cinco dias de atividades, os agentes foram imersos em conteúdos teóricos e práticos, além de dinâmicas voltadas ao atendimento empresarial. Para a agente Paula Roquejane, a capacitação ofereceu uma visão clara sobre o papel que os ALIs devem cumprir nos próximos meses. “Foi uma preparação intensa. Tivemos acesso ao método que será aplicado junto aos empresários e entendemos com clareza os objetivos, os prazos e os resultados esperados. Estamos prontos e comprometidos para atender com excelência.”

A analista de negócios do Sebrae-SP, Mariana Wagner Toledo Piza, que participou da condução do treinamento, destacou a qualidade técnica dos participantes e o alinhamento entre bolsistas e gestores regionais. “A capacitação proporcionou uma troca de experiências muito positiva. Foi possível observar o alto nível de engajamento dos bolsistas e a solidez do processo de seleção. Temos plena confiança no trabalho que será desenvolvido pelas equipes nos próximos meses”, explica.

O programa ALI Produtividade é uma iniciativa do Sebrae-SP e oferece às micro e pequenas empresas acompanhamento 100% subsidiado e personalizado, com duração de até seis meses, feito por um agente capacitado. A proposta é apoiar os empreendedores no diagnóstico e implementação de ações práticas de melhoria, sempre com foco no aumento da produtividade e na sustentabilidade dos negócios.

Empresas interessadas em participar poderão obter mais informações a partir de maio nas unidades do Sebrae-SP nas regiões envolvidas.

Sebrae-SP Botucatu – Rua Dr. Costa Leite, 1570 – Centro – Botucatu/SP.

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