Recentemente, a egressa do Programa de Pós-graduação em Biologia Geral e Aplicada (BGA), Ariana Musa de Aquino, do Instituto de Biociências (IBB) da Unesp, câmpus de Botucatu, venceu o Prêmio “Unesp de Teses”. Em sua 7ª edição, o objetivo é reconhecer, valorizar e premiar teses de doutorado defendidas em 2023 nos Programas de Pós-Graduação e que se destacaram pelo impacto social, econômico e cultural, alinhados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
A tese premiada de Ariana foi desenvolvida sob orientação do docente Wellerson Rodrigo Scarano, atual Professor Titular no Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do IBB. Com o título: “Identificação de alvos oncogênicos na próstata de ratos expostos a misturas de ftalatos durante o desenvolvimento perinatal: estudo transgeracional”, sua pesquisa passou por diferentes critérios estabelecidos pelo edital até chegar ao resultado final.
“Entre esses critérios, podemos citar a temática da tese, o número de artigos publicados, a importância do tema para sociedade e como os resultados obtidos foram apresentados. Outro aspecto que contribuiu foi o intercâmbio realizado pela Ariana no exterior. Por meio do programa de Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE), da FAPESP, ela estudou na Suíça, pela University of Fribourg, visitou outros dois centros de pesquisa, um na Universidade de Aveiro e outro na Universidade de Porto, ambos em Portugal”, afirmou a docente Maeli Dal Pai, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biologia Geral e Aplicada do IBB.
Para Ariana, vencer um prêmio importante como este mostra que todo o seu esforço e dedicação, assim como o apoio de sua família, valeram a pena.
“Eu sou uma mulher, negra, cientista, vinda de uma condição social vulnerável, que, por meio da educação, vem sendo transformada. O prêmio mostra para outras meninas e mulheres na ciência que apesar de todos os obstáculos, é possível sermos reconhecidas pelos nossos trabalhos. Essa premiação estimula as próximas gerações a fazer mais e a acreditar que a educação e a ciência podem transformar vidas, bem como o progresso do nosso país”, explicou Ariana.
A escolha do tema “Câncer”
O Câncer (ou tumor maligno) é um assunto que sempre despertou o interesse da pesquisadora. Porém, a curiosidade a respeito do assunto aumentou conforme realizava sua pesquisa.
“Me mudei para Botucatu para cursar o mestrado e tive acesso a um universo diferente. Em um primeiro momento, o foco era a Toxicologia da Reprodução, no entanto, a investigação da minha pesquisa, em paralelo com outros trabalhos, começou a tornar o câncer um ponto mais evidente. Isso porque os dados mostravam que os desreguladores endócrinos tinham relação com diferentes tipos de câncer, o que me deixou ainda mais motivada”, afirmou.
Outro fator que contribuiu para o cenário foi a vasta experiência de seu orientador. Através das pesquisas já realizadas pelo docente Wellerson Rodrigo Scarano, Ariana conseguiu unir os temas que mais lhe interessavam, Toxicologia da Reprodução e Carcinogênese em diferentes etapas de seus estudos.
“Atuei no laboratório do Wellerson por seis anos e posso garantir que isso foi crucial para o meu amadurecimento na área. Além disso, tive a oportunidade de atuar diretamente e aprender com outros professores, que contribuíram para o sucesso da minha pós-graduação. Contei com professores de excelência na grade de disciplinas oferecidas pelos programas de pós-graduação em Biologia Geral e Aplicada e em alguns outros programas de pós-graduação da UNESP de Botucatu”, destacou.
Após todo seu período de experiência por diferentes universidades dentro e fora do Brasil, Ariana se diz grata por tudo o que viveu e aprendeu.
“Agradeço a todos que acreditaram em mim. Mas preciso agradecer, de maneira especial, a minha família, que é a razão de cada um dos meus esforços”, finalizou.