ESPERAR O QUÊ?
Quando começa o ano novo, as pessoas começam a postar suas esperanças para os próximos 365 dias. Nenhuma novidade nisso. De acordo com a personalidade, as pessoas revelam as mais variadas esperanças. Os mais religiosos esperam que Deus continue norteando os seus passos. Os otimistas esperam que o mundo melhore em todos os sentidos. E até dão dicas para que isso aconteça. Os pacifistas querem que as guerras acabem, como se o fim das guerras dependesse tão somente de nossos desejos. Os desempregados esperam conseguir um emprego para o sustento da família. Os empregados desejam manter o emprego ou, até, melhorar. Os enfermos querem a cura. Os desregrados esperam ter condições de respeitar as regras. Os obesos esperam emagrecer. Os pobres desejam tornar-se ricos. Os ingênuos esperam ganhar o grande prêmio da loteria. E assim caminha a carruagem das esperanças.
Isso tudo tem sentido? Depende. Só desejar e não fazer nada para que aconteça não faz sentido algum. Esperar mudanças simplesmente porque você mudou o seu calendário não faz sentido nenhum. Tudo só fará sentido se você fizer algo para que seu desejo se torne realidade. Todos querem a paz no mundo. Mas o que fazer para que isso aconteça? Nós, simples mortais, temos muito pouco para fazer. O buraco é bem mais em cima. Na verdade, nesse assunto, só vale a nossa torcida. Mas há desejos que dependem de nós. A saúde, por exemplo. Se eu desejo saúde, preciso me cuidar. Vida regrada, alimentação saudável, prática de esportes… Se eu desejo emagrecer, a responsabilidade é só minha. Se eu quero ganhar na loteria, é só começar a fazer uma fezinha. Assim mesmo, a possibilidade de sucesso é muito reduzida. É mais fácil capacitar-me e trabalhar mais, para conseguir um melhor salário.
Particularmente, não faço lista de desejos para um ano novo. Meus desejos ocorrem independente da época do ano. Eu quero um mundo mais justo. Minha colaboração nesse sentido é pequena. Vivo honestamente. Ajudo a quem posso e quem merece. Nas eleições, voto nos melhores candidatos. Nem sempre dá certo, mas eu tento. Quando trabalhava, procurava ser o melhor e mais útil funcionário. Escrevo periodicamente esses artigos, nos quais coloco minhas ideias. Nelas coloco opiniões e vontades positivas. Apoio minha família. Dou a ela toda a sustentação possível.
Aprendi que a vida honesta é possível e traz felicidade. É possível porque depende só de você e traz felicidade porque a gente fica mais leve e dorme em paz. Aprendi que a maldade é muito forte na humanidade. Os maldosos não dormem nunca. Estão sempre de plantão. Assim, os bons devem estar sempre alerta, não podem vacilar. Os maus estão sempre de tocaia, para ocuparem os melhores espaços. É preciso que os bons sejam fortes, persistentes e estejam unidos. Devem trabalhar coletivamente. A luta é difícil, mas não impossível. Os bons precisam lutar para que haja boas leis e que elas sejam cumpridas. Encontraremos resistência. Não podemos deixar que os interesses mesquinhos prevaleçam sobre os interesses coletivos para o bem da humanidade. E isso independe dos partidos políticos ou das crenças religiosas. Em todas as áreas há os bons e os maus. É preciso enfraquecer os maus, para que a bondade venha à tona.
BAHIGE FADEL