Em referencia ao Abril indígena, o Shopping Botucatu recebe a exposição corpos da terra, do Artista Gilberto Junior em parceria com o indígena Apony, do povo Kariri-xocó do estado de Alagoas, próximo ao Rio São Francisco, onde habita com seu povo e mora também em Botucatu,
A mostra traz espiritualidade, arte e artesanatos através dos quais ajuda a fornecer o sustento para seu povo.
Junto a esses artesanatos, há quadros com pinturas que utilizam apenas tintas de terra, realizadas pelo artista Gilberto Junior, que busca em sua arte reconhecer e honrar sua ancestralidade preta e indígena, pensando em processos mais harmônicos com o meio e técnicas que buscam dialogar com essas culturas ancestrais.
Assim os corpos representados muito inspirado na cultura popular, com forte influencia da cultura indígena e afro-brasileira, demonstrando uma diversidade de experiências e possibilidades de ser no mundo, de corpos ligados a terra, peles da cor da terra, terra da cor das peles, terra que molda os corpos através das tintas, entendendo que toda terra é indígena, pois são os povos originários desse território.
Gilberto explica que com o processo de colonização, tanto povos indígenas como povos africanos passaram por um grande processo de diáspora (deslocamento forçado), ou seja a retirada de suas terras.
“Assim a exposição corpos da terra busca refletir sobre esse processo, agindo simbolicamente de forma contrária, colocando esses corpos na terra, compondo corpos com a terra, em busca de um processo de diálogo um espaço de troca, e busca de memórias acumuladas na terra”.
“Ser indígena, ou descendente, envolve uma grande diversidade de experiências/culturas no mundo, muitas possibilidades de ser, sempre de forma harmônica com a natureza e com o cosmos, assim a exposição reflete também sobre processos, influencias, diálogos e cruzamentos com outros territórios, com outros corpos e com outras culturas”, finaliza.
