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Botucatu

MPOX: infectologista do HCFMB explica a disseminação da doença

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Nas últimas semanas, a MPOX, também conhecida como varíola dos macacos, tem ganhado destaque na mídia nacional e internacional. A doença se disseminou com maior intensidade na República Democrática do Congo, Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, mas não se restringindo a estes países africanos.

Caracterizada por lesões avermelhadas no corpo, a MPOX acomete principalmente o rosto, mãos e pés, embora possa afetar qualquer parte do corpo, incluindo boca, olhos, genitais e ânus.

De acordo com o médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Ricardo de Souza Cavalcante, a transmissão da doença se dá pelo contato direto ou indireto com secreções ou sangue oriundos das lesões de pele, de tal forma que o contato próximo com pessoas doentes aumenta muito o risco de aquisição do vírus.

Sintomas

A febre é um dos sintomas presentes em alguns casos. Ela antecede o surgimento das lesões de pele acompanhada de dores de cabeça, no corpo, fraqueza e aumento dos linfonodos (ínguas). Os sintomas podem durar de duas a quatro semanas.

“Casos graves podem ocorrer, tendo esta doença uma letalidade que varia de 0 a 11%, a depender do tipo de vírus causador da MPOX e das condições imunológicas da pessoa que adoece”, explica Cavalcante.

Vacinação

Uma das medidas de prevenção se dá por meio da vacinação, que prioriza os grupos abaixo, com maior risco de evolução para as formas graves da doença:

– Pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados de Mpox;

– Profissionais de saúde que atendem casos suspeitos ou confirmados;

– Homens que fazem sexo com homens (HSH), especialmente aqueles que têm múltiplos parceiros;

– Pessoas imunocomprometidas, que têm maior risco de complicações graves.

Vale ressaltar que o esquema vacinal prevê duas doses, com intervalo de quatro semanas entre as aplicações.

Emergência em Saúde Mundial

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou, semana passada, a Mpox como emergência em saúde mundial. Com surto epidêmico em cerca de 15 países do continente africano, a versão atual do vírus que está se espalhando não é a mesma do surto mundial ocorrido em 2022.

Ricardo explica os motivos pelos quais a medida foi necessária. “Até meses atrás, eram conhecidos dois tipos de vírus causadores do MPOX, também chamados de clados: um originário na bacia do Congo (clado I) e outro na África Ocidental (clado II). O clado I, que já se mostrava mais virulento, sofreu mutações genéticas formando uma nova variante, o clado Ib, mais adaptado a transmissão inter-humana de forma que apresenta maior infectividade”, disse.

Ainda segundo o especialista, “esta nova variante está se espalhando de forma rápida pela República Democrática do Congo e países vizinhos e aparenta ter importante transmissão durante a relação sexual. Estas condições motivaram a OMS a declarar o estado de emergência de saúde pública de importância internacional, pois existe risco do vírus se espalhar para outros países, mesmo fora do continente africano, semelhante ao que foi observado em 2022”.

Risco de pandemia?

Relembrando o passado recente, quando o mundo presenciou a disseminação do coronavírus, especialmente o SARS-Cov-2, Cavalcante afirma que a chance de uma nova pandemia não é descartada, porém cada vírus tem suas particularidades.

“O vírus causador da MPOX tem mais limitantes para se disseminar, uma vez que sua principal via de transmissão é pelo contato direto ou indireto com pessoas doentes. Portanto, acredito que a MPOX se espalhe mais lentamente comparada a covid-19. Mas este fato não a impede de se disseminar pelo mundo, como foi visto em 2022”, pontua.

Tratamento

Não existe tratamento específico para MPOX. Em regra, são utilizadas medidas para alívio dos sintomas e prevenção de sequelas que a doença pode causar. “A maioria dos casos é leve ou moderado o que torna seu manejo mais fácil de ser realizado”, finaliza o infectologista do HCFMB.

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Botucatu

EMA celebra 20 anos dedicados à educação ambiental

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A Escola do Meio Ambiente (EMA) de Botucatu completou no último sábado, 12 de abril, seus 20 anos de dedicação à educação ambiental em Botucatu. Desde 2005a EMA tem sido um espaço dedicado à conscientização ambiental que proporciona experiências transformadoras para crianças, jovens e adultos.

Vinculado à Secretaria de Educação, a EMA se tornou referência no município, promovendo conhecimento e encantamento por meio de trilhas, atividades ao ar livre e vivências na natureza.

Localizada no Jardim Aeroporto, a Escola do Meio Ambiente está inserida em um ecótono, uma zona de transição entre dois importantes biomas brasileiros: a Mata Atlântica e o Cerrado. Além disso, a área abriga nascentes do Ribeirão Lavapés e a Represa Professor Jorge Jim, reforçando sua importância para a preservação dos recursos hídricos da cidade.

Para celebrar os 20 anos de educação e conscientização ambiental, foi plantado um jequitibá-branco, árvore símbolo de Botucatu, em uma cerimônia na última quarta-feira, 16 de abril.

“Nesses vinte anos, nossa missão sempre foi a de estabelecer um vínculo amoroso entre nossos visitantes e a EMA, afinal, infinito é o valor da vida. Que os próximos anos sigam sendo de encantamento, de transformação e de profunda conexão com tudo o que vive”, destacou a professora Eliana Gabriel, diretora da Escola do Meio Ambiente.

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Botucatu

Hospital do Bairro completa 100 cirurgias

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Marca foi alcançada nesta última terça-feira, 15

O Hospital do Bairro de Botucatu (HBB) chegou nesta terça-feira, 15 de abril, na marca de 100 cirurgias realizadas desde a reativação do hospital, no dia 10 de março. É um marco que enche Botucatu de orgulho e que promete ser ainda mais eficiente para diminuir a fila das cirurgias na cidade.

Ao todo, mais de 50 profissionais de saúde já foram devidamente capacitados e orientados para o início das operações nesse tradicional hospital do nosso município.

Depois de cerca de 15 anos fechado, o Hospital do Bairro volta a ser um importante mecanismo da saúde pública da cidade, responsável por procedimentos de baixa e média complexidade dos pacientes encaminhados pelas Unidades de Saúde.

Nesse período das 100 primeiras cirurgias, foram realizados procedimentos de urologia, dermatologia, cirurgia vascular, oftalmologia e gastrocirurgia. E o trabalho não para por aqui: agora serão iniciados os procedimentos de mais demanda e maior complexidade, como cirurgias de vesícula, hérnia e catarata.

O Hospital do Bairro reforça o compromisso com a saúde de Botucatu e segue ampliando a quantidade de cirurgias por dia e priorizando os atendimentos às maiores necessidades da população botucatuense.

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Botucatu

Sebrae-SP realiza treinamento de Agentes Locais de Inovação em Botucatu

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O método oferece às empresas um caminho prático e estratégico para crescer com base na inovação

O Sebrae-SP promoveu, na última semana, em Botucatu, o treinamento de 19 novos Agentes Locais de Inovação (ALI) que atuarão nas regiões de Botucatu, Ourinhos e Itapeva durante os anos de 2025 e 2026. A capacitação teve duração de cinco dias e marcou o início da nova fase do programa ALI Produtividade, que será oferecido a partir de maio para micro e pequenas empresas dessas localidades.

A formação foi conduzida com base na metodologia do ALI Produtividade, que tem como foco o aumento da competitividade das empresas por meio da implementação de soluções inovadoras em processos, produtos e serviços.

De acordo com Fernando Moraes, facilitador do Sebrae-SP e representante do Escritório Regional do Sudoeste Paulista, o método oferece às empresas um caminho prático e estratégico para crescer com base na inovação. “A metodologia inclui autodiagnósticos que ajudam a reconhecer fragilidades e desafios internos, permitindo a construção de soluções personalizadas. A ideia é aumentar o faturamento, reduzir custos e implantar melhorias com foco em inovação e produtividade.”

Durante os cinco dias de atividades, os agentes foram imersos em conteúdos teóricos e práticos, além de dinâmicas voltadas ao atendimento empresarial. Para a agente Paula Roquejane, a capacitação ofereceu uma visão clara sobre o papel que os ALIs devem cumprir nos próximos meses. “Foi uma preparação intensa. Tivemos acesso ao método que será aplicado junto aos empresários e entendemos com clareza os objetivos, os prazos e os resultados esperados. Estamos prontos e comprometidos para atender com excelência.”

A analista de negócios do Sebrae-SP, Mariana Wagner Toledo Piza, que participou da condução do treinamento, destacou a qualidade técnica dos participantes e o alinhamento entre bolsistas e gestores regionais. “A capacitação proporcionou uma troca de experiências muito positiva. Foi possível observar o alto nível de engajamento dos bolsistas e a solidez do processo de seleção. Temos plena confiança no trabalho que será desenvolvido pelas equipes nos próximos meses”, explica.

O programa ALI Produtividade é uma iniciativa do Sebrae-SP e oferece às micro e pequenas empresas acompanhamento 100% subsidiado e personalizado, com duração de até seis meses, feito por um agente capacitado. A proposta é apoiar os empreendedores no diagnóstico e implementação de ações práticas de melhoria, sempre com foco no aumento da produtividade e na sustentabilidade dos negócios.

Empresas interessadas em participar poderão obter mais informações a partir de maio nas unidades do Sebrae-SP nas regiões envolvidas.

Sebrae-SP Botucatu – Rua Dr. Costa Leite, 1570 – Centro – Botucatu/SP.

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