O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de origem genética.
Um distúrbio específico do desenvolvimento, de alta prevalência, observado em crianças e que pode esperar na vida adulta, porém mais brandamente. A condição compreende os prejuízos na sequência comportamental, atenção sustentada, resistência à distração e na regulação do nível de atividade do indivíduo diante de determinadas situações, sendo frequente o comportamento motor excessivo e inadequado.
O transtorno faz parte de um grupo de distúrbios denominados “Transtornos do Desenvolvimento” que são de alta incidência na população infantil. Sendo o TDAH um dos mais recorrentes, com maior predominância no sexo masculino.
O TDAH geralmente se manifesta como a incapacidade de se concentrar por períodos prolongados de tempo, sendo incapaz de seguir instruções, tendo dificuldade em concluir tarefas e tolerar erros.
De modo geral, crianças com TDAH apresentam: troca frequente de atividades; problemas na organização acadêmica; dificuldade em manter relação de amizade com crianças da mesma idade; aglomeração de atividades distintas; perturbação motora; impulsividade; dificuldade de aprendizagem, e não ansiosa fracasso escolar (Ucles, Serrano & Rosa Neto, 2000; Rosa Neto, 1997). Em adultos, as características mais comuns são: falta de atenção, impulsividade, irritabilidade e baixa tolerância a ingestão de alimentos (Custódio, 2002 citado por Poeta & Rosa Neto, 2004).
Na última década o campo de atuação do pesquisador em educação musical foi ampliado, sendo orientado para a aperfeiçoamento técnico-científico. Estudos na área de educação musical vem demonstrando interesse por entender que a educação musical, com objetivos terapêuticos, a musicoterapia, pode auxiliar crianças com TDA/H a desenvolver estratégias que reduziram o custo do aprendizado.
A musicoterapia é a aplicação da música e dos seus elementos – como ritmo, melodia, timbre e harmonia – como meio de expressão que promove a comunicação, o relacionamento, a manifestação e a criatividade.
Alguns pesquisadores apontaram que a utilização de música em intervenções com escolares de TDAH favoreceu o desempenho destes em tarefas rotineiras, nas quais eles apresentaram desempenho prejudicado (Souza, 1995; Abikoff, Courtney, Szeibel, & Koplewitz, 1996; Jackson, 2003).
As técnicas musicoterápicas utilizadas combinam o agir-fazer musical com a terapia. Tem-se, de um lado, o fazer musical consciente e competente, com a noção do poder da música sobre os indivíduos, e por outro, técnicas de terapia.
“A música desperta o interesse das crianças. As hiperativas costumam ser ‘desorganizadas’ quanto à concentração e/ou certo excesso de atividade motora. Com a terapia, o ritmo da música pode auxiliar no estabelecimento dessa organização. Além disso, a melodia melhorou a concentração, já que esse é um elemento musical pelo qual as crianças se interessam muito”
Através da musicoterapia crianças com TDAH podem ainda potencializar sua criatividade e despertar-la para outras áreas, como a das artes (teatro, música, pintura, escultura, etc.), passando a fazer parte de um novo contexto social onde o emocional pode ser potencializado, fornecido satisfação e segurança”.
Assim os comportamentos devem receber reforço positivo, e os inadequados reforço negativo. Dessa forma, o repertório de comportamentos adequados é ampliado e de comportamentos inadequados reduzidos. Essa mudança comportamental consiste, na verdade, no desenvolvimento da habilidade de controle de impulsos e do comportamento motor exacerbado, bem como no desenvolvimento da capacidade de atenção sustentada e resistência à distração, que são as áreas prejudicadas pelo transtorno.
A musicoterapia pode ser um ótimo coadjuvante na terapia de um TDAH.