Bahige Fadel

O PREÇO DA GASOLINA – artigo de Bahige Fadel

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O PREÇO DA GASOLINA

Não está fácil andar de carro hoje. Como diziam os mais antigos, o preço da gasolina está ‘os olhos da cara’. Nunca entendi direito essa expressão, mas deve ter alguma relação com o fato de que a gente não vende os olhos nem que seja por um preço muito alto. E para pessoas que costumam utilizar o carro para ir da sala ao banheiro, as despesas aumentaram barbaridade. Se quiserem economizar, vão ter que ir a pé ou de bicicleta. Se continuarem indo de carro, as necessidades fisiológicas e a higiene pessoal ficarão caras demais.

Mas por que o preço da gasolina está tão alto? Será que o preço no Brasil é o mais alto do mundo? Em primeiro lugar, o preço do petróleo sai dos países produtores com o mesmo preço. Quando chega ao país comprador, sofre os acréscimos dos impostos locais. Por exemplo, no estado de São Paulo, o ICMS da gasolina é de 25%. E não é o mais alto do Brasil. No Rio de Janeiro, é de 34%. Parece que o governo estadual quer majorá-lo para 31%.

Nesse tempo de crise, o cara quer encher o caixa do governo, jogando mais imposto na cara e no bolso do povo. Tomara que não dê certo. Outro problema é a dolarização. Aumenta o preço do dólar, aumenta o preço do combustível. Assim, o negócio é realizar uma política eficaz de redução do preço do dólar. Não deve ser fácil de fazer. Se fosse, o ministro Guedes já teria conseguido. E outra: não vão pensar que está todo mundo torcendo pela redução do preço do dólar. Tem gente ganhando muito dinheiro com isso. Com a palavra, os exportadores, que recebem tudo em dólar. Está bom demais para eles.

Mas o alto preço dos combustíveis não é problema apenas para o Brasil. A coisa estourou no mundo inteiro. Se no Brasil o preço da gasolina ultrapassou os R$ 6,00 o litro, imaginem em outros países, excetuando, claro, os países produtores. Os EUA são uma exceção. Lá o litro da gasolina tem preço inferior ao do Brasil. Pouco mais de R$ 5,00. Por outro lado, vejam alguns países: Hong Kong – mais de R$ 14,00; Países Baixos – quase R$ 12,00; Itália – mais de R$ 10,00; Portugal – quase R$ 11,00. Claro que isso não resolve o problema do Brasil. Cada um sabe onde é que o calo aperta e tem que resolver o problema, para que a dor não aumente.

Para lhes ser franco, não acho quer o problema seja o elevado preço dos combustíveis, mas os baixos salários. Se os salários acompanhassem os preços, não haveria mal nenhum. Só que isso não acontece. Por exemplo, os funcionários públicos estaduais não recebem aumento salarial há cinco anos. Não bastasse isso, o governador resolveu decretar um aumento de descontos nos salários dos aposentados. Quer dizer: os preços aumentam, os descontos salariais aumentam e não há aumento salarial. Nem mesmo reposição salarial. Fica mais difícil.

Para alguns mandatários, o negócio é fazer caixa. O povo que se vire.
BAHIGE FADEL

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