Caso de jovem queimado com ferro de passar durante abordagem policial está entre as denúncias. Morte de suspeito de assalto em Laranjal Paulista também é investigada.
O ouvidor da Secretaria de Segurança Pública Júlio César Neves esteve em Botucatu (SP) nesta quarta-feira (19) para denunciar ao Ministério Público suspeitas de crimes de abuso de autoridade e de tortura cometidos pela Polícia Militar. Dois casos nas regiões de Bauru e Itapetininga fazem parte dessas denúncias. Em Botucatu, um jovem acusou policiais de causarem queimaduras de 2º e 3º graus nas suas pernas com um ferro de passar e, em Laranjal Paulista, um homem foi morto durante troca de tiros após assaltar um posto de combustíveis.
Segundo o ouvidor, as denúncias teriam partido de integrantes da própria corporação. “Essas denúncias relatavam situações gravíssimas que acontecem na região de Botucatu e Laranjal Paulista. Nós tivemos denúncias de policiais militares da região de Botucatu e de Laranjal Paulista que estavam recebendo ordens para agir dessa maneira, até para matar”, afirma.
As ordens seriam de superiores da PM para subordinados, de acordo com ouvidor. “Essas denúncias são obviamente de policiais militares porque eles relataram de uma forma que só eles conhecem. A ouvidoria está pegando todo protocolo, mandando para a promotora para que mande investigar se foi só um crime de resistência ou se foi um homicídio mesmo. Nós queremos que isso seja bem investigado”, explica.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que 12º Batalhão de Policiamento do Interior instaurou inquérito para apuração dos fatos e afastou os PMs das atividades operacionais. Eles exercem atualmente atividades internas na sede do Batalhão.
A nota afirma ainda que a Polícia Militar esclarece que nunca compactuou com qualquer ação que fuja dos procedimentos operacionais padrão e que excessos são punidos. A Seccional de Botucatu também instaurou inquérito e investiga as denúncias .