Para os investigadores, o tucano usou o cargo para atuar em benefício da J&F
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira (2) o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) ao STF por corrupção passiva e obstrução à Justiça por fatos apontados por delatores da JBS.
Para os investigadores, o tucano usou o cargo para atuar em benefício da J&F, a holding da JBS, além da ingerência do PSDB em assuntos governamentais. Aécio nega as acusações.
Aécio aparece, segundo as investigações, em gravação pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, sócio da JBS e delator.
A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação filmada pela Polícia Federal.
Quando abriu o inquérito, a PGR começou a investigar Aécio junto com o presidente Michel Temer e seu antigo assessor, Rodrigo Rocha Loures.
A Procuradoria, no entanto, já estudava pedir o fatiamento das investigações a fim de acelerar o oferecimento de denúncia contra o tucano, uma vez que os indícios contra Aécio já eram considerados suficientes para isso, apurou a reportagem.
A PGR havia pedido a prisão de Aécio e o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), negou, mas determinou o afastamento de suas funções como parlamentar.
A defesa de Aécio entrou com recurso contestando a decisão que o afastou do cargo e pediu o fatiamento das investigações.
Fachin atendeu o pedido de fatiamento e colega Marco Aurélio foi sorteado como novo relator.
Agora, cabe a Marco Aurélio pedir para ouvir as defesas, preparar um relatório e levar a denúncia para ser analisada na Primeira Turma.