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Recém-nascido é roubado de hospital

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Menino tem 12 dias de vida e permanecia internado. Mãe apontou ‘mulher de vestido florido’ como suspeita; câmeras de segurança não gravaram sequestro.

Quarto 208 do Hran, onde estava bebê sequestrado, foi interditado (Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde.)

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o sequestro de um bebê de 12 dias que desapareceu de um dos quartos do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) nesta terça-feira (6). Segundo testemunhas, a suspeita é de que uma “mulher de vestido florido” tenha levado a criança de dentro da maternidade.

Segundo o diretor-geral do Hran, José Adorno, a direção foi noticiada do desaparecimento da criança por uma supervisora de enfermagem, por volta do meio dia. Ele admitiu o sequestro, mas não soube informar como o bebê foi levado.

“Era um alojamento conjunto, onde as mães ficam com o bebê. Quando foi procurada pelo serviço de enfermagem para retirada de um acesso na veia, a criança não foi encontrada”.

Funcionários e pacientes falaram ao G1, que o sequestro aconteceu em meio a um “dia de beleza” na instituição – quando pacientes recebem serviços de manicure, cabeleireira e maquiagem.

As testemunhas disseram que a mãe, uma jovem de 19 anos, aguardava em uma fila no corredor, próximo ao quarto e, de repente, percebeu que a criança tinha sido sequestrada. Aos funcionários do hospital, a mãe disse que viu “a presença suspeita de uma mulher de vestido florido”, e que acreditava que ela pudesse ter levado o bebê.

Câmeras de segurança

Hran tem 28 câmeras de segurança, mas nenhuma delas grava imagens (Foto: Marília Marques/G1)

Sobre a segurança do hospital, a direção afirma que na ala da maternidade, o segundo andar do Hran, há seis câmeras de segurança. Mas nenhuma registrou o momento pois elas não gravam imagens – funcionários fazem o monitoramento.

“Temos 17 vigilantes por turno. As 28 câmeras estão instaladas mas não fazem a gravação. Está em processo de licitação da empresa para gravação das imagens, mas houve um impedimento do TCDF”.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) informou que em 2016 fez uma auditoria para fiscalizar bens estocados da Secretaria de Saúde. O relatório final apontou que de 900 câmeras compradas, apenas 95 haviam sido instaladas. Segundo o TCDF, a análise preliminar mostra que os hospitais não possuem estrutura adequada para o monitoramento eletrônico.

“Na compra realizada, não foi prevista, por exemplo, a aquisição do switch, que é o equipamento que interliga as câmeras aos servidores e às estações de monitoramento”, diz o Tribunal. O relatório de auditoria detalha ainda que “em visita e entrevista com gestores do Hospital Regional da Asa Norte – HRAN, verificou-se que foram efetivamente instaladas 20 câmeras no local. Contudo, pela falta de estrutura, as câmeras nunca entraram em funcionamento”.

Ainda de acordo com o TCDF, “o Relatório Final de Auditoria deste processo já foi concluído, e deverá ser apreciado pelo Plenário da Corte em breve”.

Estado de saúde do bebê

A direção do Hran disse que a criança nasceu na Estrutural e foi levada para o hospital para tratamento. No entanto, não pode dizer a causa da internação porque o diagnóstico é sigiloso.

“A criança estava com o acesso venoso no braço. Mesmo que seja retirado, é possível identificar em um dos membros.”

Ainda de acordo com o hospital, o aceso venoso seria retirado nessa terça e mãe e bebê receberiam alta na quarta-feira (7).

O caso será investigado pela Divisão de Repressão ao Sequestro. Em nota ao G1, a Polícia Civil informou que deve divulgar “as características da suspeita e um retrato falado” até o final do dia e pediu às pessoas que tiverem informações que liguem para o Disque Denúncia, 197.

G1

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