Botucatu

SAE de Infectologia se prepara para receber medicamento Pré-Exposição ao HIV

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Expectativa é receber o medicamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo no primeiro semestre de 2019. Local contará com ambulatório especialmente para o serviço

Você sabe o que é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, chamada de PrEP HIV? Trata-se de um novo método de prevenção à infecção do vírus da Aids. Ele consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que a doença infecte o organismo, antes mesmo da pessoa ter o contato com o vírus.

E a novidade está chegando ao Serviço de Ambulatórios Especializados (SAE) de Infectologia “Domingos Alves Meira” de Botucatu, unidade da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp). Inédito na região, a previsão é de que o PrEP HIV esteja funcionando no primeiro semestre de 2019.

Para isso, o hospital está montando um ambulatório específico para o serviço, com médicos do próprio SAE. De acordo com o diretor do local, o infectologista Dr. Alexandre Naime Barbosa, os moradores da cidade e da região poderão ter acesso ao tratamento. “O PrEP foi implantado no Sistema Único de Saúde no ano passado, inicialmente em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, está chegando aos municípios do tamanho de Botucatu. Estamos discutindo o planejamento, para criar um dia especial dentro da unidade para esse tipo de tratamento”, afirma.

A medicação é destinada à população-alvo que possui mais chances de contrair HIV. Entre eles, homens que fazem sexo com homens, transexuais, travestis, gays, parceiros de portadores do vírus e trabalhadores do sexo (de ambos os gêneros).

“Antes de iniciar a PrEP, nós fazemos testes para saber se o indivíduo não possui HIV. É preciso que ele não esteja infectado, pois esta é a única contraindicação. Isso se dá porque os medicamentos utilizados na PrEP também são usados no coquetel de tratamento da doença, mas com a adição de mais um remédio. Assim, se ele tiver HIV, ele fará um tratamento abaixo do ideal, o que gera resistência do vírus”, diz Dr. Naime.

O método, ressalta o infectologista, só funciona se o paciente tomar a medicação da maneira correta, uma vez ao dia. “A eficácia é muito alta, chega a 100% de proteção. Ele leva 7 dias para fazer efeito e deixar a pessoa protegida”, conta.

Outro ponto positivo da PrEP é a ausência quase total de eventos adversos. “A única questão é que a gente precisa fazer uma avaliação trimestralmente para verificar outras doenças sexualmente transmissíveis e a função renal. Em uma pequena parcela de pacientes, o uso do medicamento pode levar a uma leve lesão renal. Mesmo assim, ela é totalmente reversível ao fazer a suspensão da medicação”, afirma.

O tratamento deve ser feito enquanto o paciente tiver risco de contrair o vírus da Aids. “Funciona como a pílula anticoncepcional da mulher. Ela toma enquanto estiver na perspectiva de engravidar e tendo relações sem camisinha. Com a PrEP, caso o indivíduo entre num relacionamento estável e sinta que não possui mais o risco de contrair a doença, com um parceiro soro negativo, ou comece a usar preservativo, ele pode parar. Qualquer mudança de comportamento neste sentido já vale para deixar o tratamento”, salienta Dr. Naime.

No entanto, é importante ressaltar que o preservativo ainda é o método mais efetivo para a prevenção do HIV e demais doenças sexualmente transmissíveis. “Em segundo lugar, vem a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a PrEP. A primeira delas é uma estratégia de tomar um remédio antirretroviral até 72 horas depois de uma relação sexual desprotegida, durante 28 dias. Quem quiser conhecer o serviço, pode buscar uma unidade de saúde, como o SAEI. Também é uma estratégia importante, que funciona bem. São medidas adicionais e alternativas ao uso do preservativo”, finaliza.

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