Os professores e funcionários da Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciaram nesta sexta-feira (15) uma paralisação, por tempo indeterminado, por causa do atraso no pagamento do décimo terceiro salário dos funcionários que trabalham em regime estatutário.
O movimento de paralisação atingiu os campi das cidades de Marília, Araraquara, Assis e Jaboticabal. Em Bauru, não houve adesão.
Em Botucatu, cerca de 200 funcionários da universidade que prestam serviços para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina fizeram uma manifestação na manhã desta sexta pedindo um posicionamento da reitoria.
No campus de Marília, dos 350 servidores, pouco mais da metade ainda não recebeu o décimo terceiro salário. Além deles, outros 200 aposentados ainda não tiveram o salário garantido.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Unesp, o orçamento da universidade para este ano não previa esse pagamento para o estatutários – apenas os celetista conseguiram receber o 13º.
Por isso, os funcionários ligados ao regime estatutário decidiram cruzar os braços para pressionar o governo do estado.
Segundo a vice-presidente da Associação dos Docentes de Marília, Maria Valéria Barbosa, o repasse feito pelo estado à universidade foi insuficiente para fazer o pagamento da folha dos estatutários.
“Em momento de crise, o financiamento da universidade fica comprometido e a gente não tem até agora nenhum notícia sobre o pagamento do 13º. E não temos nenhuma garantia que essa resposta virá agora, aos 45 minutos do segundo tempo. Na nossa avaliação, o mais certo é que não seja pago”, avalia a dirigente
Maria Valéria Barbosa, vice-presidente da Associação dos Docentes da Unesp de Marília: “Não há sinais de que o pagamento será feito”
No início deste mês, a Unesp divulgou um comunicado avisando que tentava um crédito suplementar junto ao estado para garantir o pagamento do décimo terceiro salário. Desde então, segundo os funcionários, as negociações não avançaram.
A assessoria da Unesp informou que o atendimento no Hospital das Clínicas de Botucatu não foi prejudicado por causa da manifestação dos trabalhadores.
Ainda de acordo com a Unesp, uma nova solicitação de recursos suplementares foi feita para o governo do estado no valor de R$ 164 milhões para fazer o pagamento dos servidores.
Em nota, o governo do estado afirma que já repassou R$ 19 milhões a mais do que estava previsto para o orçamento desse ano da universidade, mas não respondeu se vai atender ao pedido de recursos suplementares no montante de R$ 164 milhões.