No início deste mês, o Ambulatório de Oncologia do Hospital Estadual Botucatu (HEBo) recebeu um reconhecimento científico internacional em virtude do trabalho desempenhado no uso de terapia por fotobiomodulação (laserterapia): dois artigos publicados pela equipe foram citados por Michael R. Hamblin, pesquisador americano, professor associado do Departamento de Dermatologia da Escola Médica de Harvard e um dos maiores autores do mundo em laserterapia.
A unidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) é pioneira no uso da laserterapia em diversos efeitos colaterais da quimioterapia, sendo considerado um Ambulatório modelo para diversas instituições do país.
No editorial, o pesquisador classifica como mundial o protocolo idealizado pelo HEBo para extravasamento de antineoplásicos, ou seja, de medicamentos que inibem ou previnem o crescimento e disseminação de alguns tipos de células cancerosas. Na ocasião, Hamblin também propõe a ampla difusão dos processos em todas as instituições hospitalares que possuem setores oncológicos no mundo, sugerindo a incorporação da prática nas novas edições do Guia de Diretrizes da World Association for Photobiomodulation Therapy (Walt), uma associação mundial em laserterapia que orienta sobre a utilização correta dos protocolos.
Artigos citados no editorial
Uma das publicações é denominada “Associação da fotobiomodulação e da hialuronidase tópica no extravasamento e infiltração de antineoplásicos. Estudo retrospectivo”, publicada na revista Nursing em 2020 e considerada um dos 10 artigos mais relevantes em Oncologia daquele ano. Além da supervisora técnica do Ambulatório de Oncologia Karina Freitas, assinam este artigo a dentista do Ambulatório Dr.ª Eliana Maria Minicucci, as enfermeiras Alessandra Passarelli Vigliassi e Talita Oliveira de Lima, a enfermeira e Diretora do Departamento de Logística de Atendimento do HCFMB Karen Aline Batista da Silva e a Prof.ª Associada Regina Célia Popim, do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB | UNESP).
A publicação mostra a prática dos enfermeiros do Ambulatório no tratamento de extravasamentos e infiltrações com a utilização de laserterapia e hialuronidase (pomadas de antídoto).
Já o segundo artigo é chamado “Efeitos da fotobiomodulação (laser de 660 nm) no extravasamento de antraciclina: um estudo experimental”, retirado da tese de doutorado de Karina, indicado ao Prêmio CAPES em 2020 e publicado na revista Latino Americana de Enfermagem em 2022. Também assinam esta publicação Prof.ª Regina e Dr.ª Eliana, além do Prof. Dr. Benedito Donizete Menozzi e do Prof. Titular Hélio Langoni, ambos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu (FMVZ | Unesp), e a Prof.ª Dr.ª Valéria Flávia Batista da Silva, da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS).
“A partir de um estudo experimental realizado por 28 dias, percebemos, entre outros resultados, que a associação da fotobiomodulação com a hialuronidase tópica foi eficaz em reduzir os efeitos locais e auxiliar no processo de cicatrização de feridas”, conta Karina.
A enfermeira considera que ver o trabalho da equipe do Ambulatório agraciado por um pesquisador de renome internacional é a certeza de estar no caminho certo. “Esta citação é extremamente importante e os pacientes são os maiores beneficiados pois, na vigência de um extravasamento e/ou infiltração, quando aplicado o protocolo no tempo e da forma certas, conseguimos garantir a não formação de lesões, aperfeiçoando o tratamento oncológico”, encerra.