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Universidade expulsa estudante de direito que publicou vídeo racista durante as eleições

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Pedro Baleotti foi indiciado por racismo e demitido do escritório no qual trabalhava após aparecer em vídeo dizendo que ‘negraiada vai morrer’. Jovem pediu perdão pelo “áudio infeliz”.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo expulsou o estudante de direito Pedro Baleotti, de 25 anos, segundo confirmou ao G1 a assessoria de imprensa da instituição. O jovem apareceu em vídeo durante as eleições de 2018 dizendo que a “negraiada vai morrer”.

“Os trâmites institucionais foram cumpridos e o aluno foi expulso, receberá todos os documentos quanto aos créditos cumpridos. A instituição não coaduna com atitudes preconceituosas, discriminatórias e que não respeitam os direitos humanos”, afirmou o Mackenzie por meio de nota.

Quando o caso veio à tona em outubro, a universidade já havia divulgado outra nota repudiando as “opiniões e atitudes” de Baleotti. O texto também informava sobre a suspensão preventiva do estudante e a abertura de um processo disciplinar para apurar o caso.

Os alunos da instituição, no entanto, realizaram protestos à época para pressionar para que o Mackenzie tomasse medidas mais duras e expulsasse o aluno diante da gravidade das acusações.

Na noite desta quarta-feira (9), o coletivo negro Afromack, que organizou os atos, comentou a expulsão pelas redes sociais e agradeceu a mobilização.

“Agradecemos todos que endossaram a luta, que compareceram aos protestos e se indignaram com o racismo presente na ação do aluno. A referida decisão demonstra a seriedade e o compromisso da universidade no combate ao racismo. O que é de suma importância não somente para comunidade mackenzista, mas para toda sociedade”, diz o texto.

Aline é uma das integrantes do Afromack e diz que a decisão da faculdade tomada após as manifestações é a conquista mais expressiva do coletivo, que já lutava para expor outros casos como pichações racistas nos banheiros.

“Foi uma vitória. Pela primeira vez a gente teve um aluno expulso por ato racista, e isso se deu muito pela postura dos alunos que pressionaram a instituição. Serve muito para as pessoas entenderem que esses atos não vão mais passar impunes. Isso não é mais aceitável”, afirma.

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Ainda em outubro, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do DHPP indiciou Pedro Baleotii por crime racial.

No vídeo, o estudante aparece com uma camiseta de Jair Bolsonaro (PSL) dizendo que está “indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco pra ver um vadio vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo, ó, tá vendo essa negraiada (apontando a câmera para uma moto ocupada por duas pessoas), vai morrer, vai morrer, é capitão caralho!”.

Um segundo vídeo também é protagonizado pelo mesmo autor onde ele aparece no interior de um apartamento manuseando uma arma de fogo, dizendo: “Capitão levanta-te, hoje o povo brasileiro precisa de você”

À época, a Polícia Civil informou que o estudante responderia pelas penas incluídas no artigo 20, parágrafo 2, da Lei do Crime Racial 7.716/89: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, estando sujeito a reclusão de dois a cinco anos e multa”.

Em depoimento à polícia, o estudante disse que o vídeo foi feito a caminho da votação, em Londrina, seu domicílio eleitoral, e que divulgou essa gravação em um grupo do whatsapp que participava, mas que teria se arrependido e apagado o conteúdo.

Em entrevista à TV Globo, Baleotti afirmou que não é “racista, nem preconceituoso, muito menos violento” e pediu perdão pelo “áudio infeliz”.

Ao saber do episódio, o escritório de advocacia em que o rapaz trabalhava como estagiário também anunciou a sua demissão no dia 29 de outubro.

G1

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